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Em 2023, o Brasil contava com aproximadamente 100,7 milhões de pessoas ocupadas, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, cerca de três em cada quatro trabalhadores brasileiros (76,9%) não completaram o ensino superior, refletindo uma ampla dificuldade de acesso à educação no país.
“Muitos trabalhadores interrompem o ciclo de educação formal para priorizar a inserção no mercado de trabalho. Grande parte da população ocupada exerce atividades que não exigem formação superior”, aponta Jefferson Mariano, analista socioeconômico do IBGE.
Apesar disso, a proporção de trabalhadores com diploma tem crescido, ainda que em um ritmo lento. Mariano destaca que, com a evolução do mercado, novas oportunidades têm surgido para trabalhadores com formação.
A retomada dos concursos públicos também tem impulsionado a melhora nos índices de contratação de pessoas com diploma. “Depois de alguns anos, houve a retomada da contratação de trabalhadores pelo setor público, via concurso público, que em sua maioria é composto por pessoas com nível superior”, afirma.
Recuperação do mercado de trabalho
Desde o início da série da PNAD Contínua, o contingente de pessoas ocupadas no país cresceu 12,3%, alcançando a marca de 100 milhões pela primeira vez em 2023.
Apesar do crescimento constante, Mariano ressalta que o aumento do contingente reflete uma recuperação do mercado de trabalho brasileiro.
O IBGE destaca que o nível de ocupação da população brasileira é de 57,6%, calculado pela proporção entre pessoas ocupadas e as em idade de trabalhar.
Esse nível está abaixo do pico atingido em 2013, mas representa uma recuperação em relação à queda observada entre aquele ano e 2017.
“Esse foi o impacto imediato da recessão ocorrida no período. No final de 2017, já ocorreu uma tímida recuperação da atividade econômica e, como resultado, a retomada dos empregos”, conclui Mariano.