Um estudo divulgado pelo SBT News, baseado em informações do Cenipa, aponta que o número de óbitos em desastres aéreos em 2024 é o mais alto dos últimos sete anos no Brasil. Segundo os dados do Cenipa, entre janeiro e maio de 2017, houve 24 mortes em acidentes com aeronaves. No mesmo intervalo de 2024, foram contabilizadas 34 mortes, o que representa uma média de uma pessoa morta a cada cinco dias em acidentes aéreos no país.
Embora tenha ocorrido uma redução de 14% no total de acidentes aéreos comparado ao ano anterior, o índice de acidentes com vítimas fatais subiu significativamente em 18,7%, sendo este o maior aumento em cinco anos, conforme relata a Gazeta Brasil.
Os incidentes geralmente envolvem táxis-aéreos e aviões de pequeno porte. A Anac reporta que, em 2021, a taxa de acidentes para voos comerciais foi de 1,27 por milhão de decolagens, enquanto para táxis-aéreos foi de 19,95 por milhão. O presidente da Abefaer, comandante Décio Corrêa, atribui parte desse cenário ao incremento na rigidez dos procedimentos e certificações na aviação comercial.
Análise das Causas dos Acidentes
Nos primeiros onze dias de junho, cinco fatalidades foram registradas em São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso. Recentemente, um avião de pequeno porte teve que fazer um pouso forçado sob uma ponte movimentada em São Paulo para evitar um acidente maior.
As causas dos desastres são variadas e frequentemente incluem múltiplos fatores. O Cenipa lista perda de controle em voo e falhas mecânicas como as principais razões para os acidentes deste ano, muitos dos quais ainda estão sob investigação.
Para Corrêa, condições climáticas adversas, falhas nos componentes das aeronaves, manutenção inadequada e erros humanos são contribuintes significativos para os acidentes. “Falhas do piloto são o principal fator em cerca de 85% dos casos”, enfatiza Corrêa.
Desafios na Formação e Qualificação Profissional
Apesar dos avanços na segurança aérea, o crescimento da frota aérea não foi acompanhado por um aumento proporcional na formação oferecida aos pilotos. Corrêa aponta imperícia e negligência como as principais falhas humanas por trás dos acidentes.
O comandante ressalta a necessidade urgente de mais treinamento para pilotos e uma política nacional para formação de mecânicos de aviação. A falta de profissionais qualificados é um problema global.
Questões Envolvendo Helicópteros e Sindicatos
Os helicópteros são as segundas aeronaves mais envolvidas em fatalidades. O sindicato dos Aeronautas se opõe à revisão proposta pela Anac que poderia aumentar o risco de fadiga entre os profissionais.
A Anac defende que sua proposta busca melhorar as regulamentações sem alterar as regras atuais sobre folgas após jornadas extensas. Uma pesquisa da SNA em agosto de 2023 revelou que mais da metade dos pilotos já dormiu brevemente durante voos, evidenciando preocupações com a fadiga na aviação.