Nesta quarta-feira (12), a Polícia Federal deflagrou uma operação de busca e apreensão e prisão contra dirigentes do Pros, agora integrado ao Solidariedade, no contexto de uma investigação sobre desvio de R$ 36 milhões dos fundos partidário e eleitoral nas eleições de 2022. As informações são da Folha de SP.
Batizada de “Fundo do Poço”, a ação já resultou na prisão de seis pessoas. O ex-presidente do partido antes da fusão com o Solidariedade, Eurípedes Júnior, possui um mandado de prisão contra si, porém ainda não foi localizado.
De acordo com a PF, a investigação teve início após denúncia feita por um ex-presidente do partido.
São cumpridos sete mandados de prisão, 45 de busca e apreensão, além de outros de bloqueio e indisponibilidade de bens, todos expedidos pela Justiça Eleitoral do Distrito Federal.
A investigação revelou indícios da atuação de uma organização criminosa com o propósito de desviar e apropriar-se de recursos do Fundo Partidário e Eleitoral, utilizando candidaturas laranjas em todo o país, superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvio de recursos destinados à Fundação de Ordem Social (FOS).
Os envolvidos estão sendo investigados por crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral.
O Pros, criado em 2013, tem sido marcado por escândalos em grande parte de sua história e está dividido entre dois grupos que se acusam mutuamente de corrupção.
As contas do Pros já haviam sido rejeitadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que condenou o partido a devolver R$ 2,4 milhões aos cofres públicos em 2017. A investigação do TSE indicou o uso do dinheiro público em benefício do então presidente da sigla, Eurípedes Jr.
O partido negou que as carnes adquiridas com dinheiro público fossem destinadas à churrascaria e indicou que as aquisições eram para a cozinha montada pelo partido para dirigentes, funcionários e convidados.
Dentre os itens adquiridos com dinheiro público estão equipamentos e utensílios para cozinha, como forno elétrico, pratos, bifeteira elétrica, fritadeira, máquina de gelo, facas, frigideiras, caçarolas, entre outros, totalizando R$ 135 mil gastos com alimentos, destacando-se 3.700 quilos de carne.
Gastos Irregulares do Partido PROS Segundo o TSE
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considerou alguns gastos do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) como irregulares. Abaixo estão os detalhes dessas despesas:
- Restaurante Completo:
- O partido adquiriu produtos e contratou pessoas para montar um restaurante.
- Despesas:
- R$ 134.660,47: 3,7 toneladas de carne e outros alimentos.
- R$ 48.442,11: Salário de um chef de cozinha e um garçom.
- R$ 20.700,05: Equipamentos, incluindo forno elétrico, pratos, bifeteira, fritadeira e buffet gourmet.
- R$ 10.826,54: Diversos itens específicos de restaurantes, como facas, pratos, taças, etc.
- R$ 3.485,88: Três aparelhos de jantar.
- Em Obras:
- O TSE condenou o partido por uso indevido de verba em benefício particular do presidente da legenda, Eurípedes Jr.
- Despesas:
- R$ 328.377,37: Contratação de um escritório de arquitetura para projeto de piscina e consultas na casa de Eurípedes Jr.
- R$ 198.579,91: Aquisição de um lote em Planaltina/GO (cidade do presidente do partido).
- R$ 23.244,50: Máquina de polimento de pisos de concreto.
- Nos Ares:
- O PROS também registrou gastos com aquisição e manutenção de avião e helicóptero, considerados irregulares pelo TSE desde 2015.
- Despesas:
- R$ 403.880,06: Aquisição do avião bimotor PT-VQW.
- R$ 179.838,88: Combustível, salários de piloto e manutenção do helicóptero Robinson Modelo R66.
Com informações da Folha de SP