Foto: SFPMIS.org.br / Montagem: Isabelle Santos
A decisão era amplamente esperada pelo mercado, que projetava estabilidade da taxa básica de juros até o final de 2024. Nos últimos dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou as críticas contra o Banco Central em relação à taxa de juros.
Nesta quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 10,50% ao ano. Esta decisão marca o fim de um ciclo de cortes da taxa básica de juros, que começou em agosto de 2023. Durante esse período, houve sete reduções consecutivas, com a Selic iniciando o ciclo em 13,75% ao ano.
Ao optar por não cortar a Selic hoje, o BC alterou sua postura. Com isso, a taxa permanece no menor nível desde fevereiro de 2022, quando estava em 9,25% ao ano.
O Copom é composto pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e por oito diretores da autarquia. A Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo BC para controlar a inflação, influenciando todas as taxas de juros do país, como as de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.
A reunião desta semana ocorreu em meio a críticas de Luiz Inácio Lula da Silva, que aumentou o tom das críticas à magnitude da taxa de juros. “Só temos uma coisa desajustada neste país: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Presidente que tem lado político, que trabalha para prejudicar o país. Não tem explicação a taxa de juros estar como está”, declarou Lula em entrevista à rádio CBN nesta terça-feira (18).
O Banco Central não se manifestou sobre as declarações do presidente Lula. Desde a semana passada, o mercado financeiro abandonou a expectativa de um corte na taxa básica de juros na reunião do Copom de junho. Anteriormente, as instituições financeiras projetavam uma redução de 0,25 ponto percentual na Selic, para 10,25% ao ano.
O relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central, consultou mais de 100 instituições financeiras na semana passada sobre as projeções para a economia. A maioria dos bancos também deixou de estimar cortes nos juros pelo restante do ano, projetando a taxa estável em 10,50% ao ano até o fim de 2024.
Restam ainda quatro reuniões do Copom em 2024, programadas para os dias 30 e 31 de julho, 17 e 18 de setembro, 5 e 6 de novembro, e 10 e 11 de dezembro.