Foto: José Cruz/Agência Brasil
Um levantamento realizado pela Gazeta do Povo revelou que mais de 25 obras planejadas para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil foram abandonadas ou nunca concluídas. Aldo Rebelo, ex-ministro do Esporte durante o governo Dilma Rousseff (PT) entre 2011 e 2015, atribuiu os atrasos e o abandono dessas obras às prefeituras e governos estaduais, eximindo o governo federal da responsabilidade pela herança deixada pelo evento no país.
Rebelo destacou que as obras de infraestrutura, como reformas em aeroportos, melhorias viárias, VLTs e portos, já estavam planejadas pelas prefeituras e governos estaduais antes da Copa do Mundo. Segundo ele, o papel do evento foi acelerar esses projetos. Ele enfatizou que a responsabilidade do governo federal se concentrava principalmente nos estádios, não nas obras de infraestrutura urbana.
Na época, Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil, havia declarado que as obras de mobilidade urbana seriam uma prioridade do governo federal para o evento. Entre as promessas não cumpridas estava o trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro, que não saiu do papel apesar das expectativas levantadas durante o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2009.
Rebelo atribuiu diretamente aos gestores municipais e estaduais a responsabilidade pelo abandono e atraso das obras, enfatizando que foram eles quem interromperam os projetos planejados para a Copa do Mundo, embora não fosse obrigação direta dos organizadores do evento, da Fifa, da CBF ou do Ministério do Esporte garantir a conclusão das obras de infraestrutura urbana.