Na última terça-feira (21/5), o vereador Eduardo Pereira (PSD) abandonou a sessão da Câmara dos Vereadores de Bertioga, no litoral de São Paulo, ao se recusar a ler um projeto de lei (PL) que visa instituir um programa de direitos para pessoas LGBTQIA+ na cidade.
O PL 035/2023 propõe a criação do programa “Respeito Tem Nome”, com o objetivo de garantir, entre outras medidas, o uso do nome social em documentos para pessoas trans e travestis.
Vereador evangélico deixa plenário durante sessão após se recusar a ler lei LGBT pic.twitter.com/zxJNs53Wxh
— Diario do Brasil Notícias (@diariobrasil_n) May 24, 2024
Eduardo Pereira, que é evangélico, estava presente na mesa diretora durante a 10ª sessão ordinária da Câmara quando foi convidado a fazer a leitura do projeto. Ao analisar o conteúdo do texto, ele reagiu: “Tá louco? Não faz isso comigo. Dar um projeto LGBT para mim?”.
Em entrevista ao Metrópoles, Eduardo explicou que percebeu que o projeto foi encaminhado a ele devido à sua “posição de cristão” e, por isso, optou por não realizar a leitura. “Deus ama a todos e eu também, mas estou no meu direito de não ter feito a leitura”, afirmou por mensagem de texto.
Após devolver o texto, Eduardo Pereira chamou a vereadora Renata da Silva Barreiro (PSDB), autora do PL, para assumir a leitura. Ele se retirou da plenária e retornou após a votação, que aprovou o PL em primeiro turno.
O vereador ressaltou que, apesar de não ter lido o projeto, não hostilizou seus colegas. “Nem fiz críticas ou qualquer consideração”, declarou. Ele acredita que a polêmica gerada em torno do assunto é desnecessária.