A votação que derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) às saidinhas temporárias para presos encontrarem seus familiares contou com o apoio de três pré-candidatos de esquerda em capitais brasileiras.
Esses deputados federais enfrentarão rivais apoiados por políticos bolsonaristas, que defendem maior rigor na segurança pública.
O resultado foi contundente para o governo. Dos deputados, 314 votaram pela derrubada do veto de Lula, enquanto apenas 126 aderiram à tese do presidente e do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, de que as visitas familiares justificam as saidinhas de presos.
O movimento pela derrubada do veto contou com 14 votos de partidos de esquerda que fazem parte da base e têm ministérios: PT, PSB e PDT.
Maria do Rosário, deputada pelo Partido dos Trabalhadores e escolhida para ser a candidata de Lula em Porto Alegre, foi uma das que defendeu a derrubada do veto. Ela foi a única do PT a votar a favor da medida, enquanto 59 petistas aderiram à posição do governo.
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No PSB, três deputados votaram contra o veto de Lula: Tabata Amaral, pré-candidata à prefeitura da capital paulista, e Duarte Jr., escolhido para disputar a prefeitura de São Luís do Maranhão com a bênção do agora ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, seu antigo correligionário.
No Senado, a base também se dividiu. O resultado teve 11 votos para defender o veto e 52 para derrubá-lo. Entre os que se posicionaram contra Lula estão os senadores Chico Rodrigues, de Roraima, e Flávio Arns, do Paraná, ambos do PSB. Outra dissidência foi o senador Fabiano Contarato, do PT do Espírito Santo.
Dentre eles, Arns foi o único a se manifestar em suas redes sociais até as 00h00 de quarta-feira (29).
“A população precisa se sentir protegida, e para isso, é necessário tornar a lei mais rígida para evitar casos como os que temos visto ao longo dos anos, em que pessoas utilizam esse benefício como oportunidade para cometer novos crimes”, comentou.