Foto: Renata Carvalho/Ag. A Tarde.
Ronaldo Caiado, governador pelo União Brasil, é conhecido por sua forte atuação contra invasões de propriedades, principalmente aquelas realizadas por grupos associados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra. Oriundo de uma família de produtores rurais com influência política em Goiás desde o século XVIII e fundador da União Democrática Ruralista (UDR), Caiado implementou diversas medidas para prevenir e desmantelar tais invasões.
Segundo informações da revista Veja, um exemplo emblemático da ação do governo goiano ocorreu em 15 de abril, quando terras de uma usina em Vila Boa de Goiás foram ocupadas por um grupo ligado ao MST. A ocupação foi rapidamente desmobilizada pela Polícia Militar de Goiás, sem uso de força, e cinco membros do MST foram detidos e acusados de esbulho possessório, ameaça e danos.
A administração de Caiado tem investido em inteligência policial para monitorar constantemente movimentos que promovem invasões de terras e prevenir a formação de acampamentos. Além disso, o governo tem realizado policiamento ostensivo e rondas frequentes em propriedades rurais. Para facilitar a comunicação entre os proprietários rurais e a polícia, foi desenvolvido um aplicativo chamado Apporteira, com o apoio do Estado e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg).
O governo também se esforçou para aprovar leis mais rigorosas contra invasões de terras na Assembleia Legislativa. A mais recente delas estabelece sanções para invasores de propriedades particulares em Goiás, incluindo multas e restrições ao acesso a auxílios, benefícios e programas sociais do governo, além de proibir a participação em concursos públicos estaduais e a nomeação em cargos públicos comissionados.
Por enquanto, Caiado é o único político de oposição que expressou publicamente a intenção de concorrer à presidência da República em 2026. Se conseguir oficializar a candidatura, é provável que ele use a bandeira contra invasões de terra durante a campanha, repetindo o discurso que utilizou quando concorreu à presidência em 1989 como representante da UDR, instituição que fundou em 1985 em resposta às demandas por reforma agrária feitas pelo MST, criado um ano antes.