A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, expressou a posição de Washington contrária à criação de um imposto global sobre a riqueza de bilionários. Essa ideia tem sido discutida por países como o Brasil e a França. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende aproveitar a presidência brasileira do G20 para debater essa questão.
Yellen afirmou ao Wall Street Journal que os EUA acreditam na tributação progressiva e não apoiam um “acordo global comum” para tributar bilionários e redistribuir suas receitas. Ela enfatizou que essa não é uma medida que os EUA podem endossar.
O Brasil propõe que o G20 considere uma abordagem coordenada para tributar os super-ricos, que atualmente podem transferir seu capital para jurisdições com impostos mais baixos. A inspiração vem do acordo assinado por cerca de 140 países em 2021, estabelecendo um imposto mínimo global de 15% para multinacionais. No entanto, a implementação dessa taxa tem enfrentado obstáculos por parte dos EUA e de outros países.
Em fevereiro deste ano, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a criação de uma tributação mínima global para a riqueza de bilionários em todo o mundo. Durante um encontro do G20 em São Paulo, ele ressaltou que essa medida seria um pilar importante para a cooperação tributária internacional e para o debate sobre a tributação progressiva das grandes fortunas, uma questão relevante para o governo brasileiro.
“Reconhecendo os avanços obtidos na última década, precisamos admitir que ainda precisamos fazer com que os bilionários do mundo paguem sua justa contribuição em impostos. Além de buscar avançar nas negociações em andamento na OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] e na ONU [Organização das Nações Unidas], acreditamos que uma tributação mínima global sobre a riqueza poderá constituir um 3º pilar para a cooperação tributária internacional”, declarou.