Imagem: Jefferson Rudy – 8.abr.2024/Agência Senado
Uma célula terrorista ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital) estava em posse de dinamite suficiente para demolir o prédio onde reside o senador Sérgio Moro (União Brasil), em Curitiba. A revelação veio do promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakiya, durante uma entrevista no podcast Fala Glauber no último dia 24.
De acordo com Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado), vinculado ao MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), os explosivos com detonadores estavam armazenados em um barril enterrado em uma das chácaras alugadas pela facção criminosa no Paraná. O plano para assassinar autoridades, incluindo Moro e o próprio Gakiya, foi descoberto durante investigações da Operação Sequaz, realizada em março de 2023, resultando em 11 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão em quatro estados.
Gakiya explicou que os explosivos foram encontrados graças a informações de inteligência. Além disso, a chácara servia para esconder armas e abrigar os membros do grupo envolvidos nos planos de atentados. Ele revelou também que os criminosos alugaram uma sala ao lado do escritório político de Sérgio Moro e monitoraram sua rotina, mas não o executaram porque o PCC ainda não havia dado o “start”.
O promotor classificou o plano como uma tentativa de produzir “um cadáver de excelência”, ou seja, assassinar uma figura pública para intimidar autoridades e a sociedade, buscando uma repercussão mundial com o ato terrorista. O líder do grupo era Janeferson Aparecido Mariano Gomes, conhecido como Nefo, um dos presos na Operação Sequaz, identificado pelo Gaeco de São Paulo após a delação de um ex-membro do PCC.
A entrevista de Lincoln Gakiya ao podcast teve duração de 3 horas e 23 minutos, onde ele também abordou o recente conflito interno no PCC envolvendo Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, e Roberto Soriano, o Tiriça, ex-membro da cúpula da organização. O racha foi desencadeado por uma conversa entre Marcola e um policial penal na Penitenciária Federal de Porto Velho, na qual Marcola chamou Tiriça de psicopata. O áudio da conversa foi usado no julgamento que condenou Tiriça a 31 anos e seis meses de prisão pelo assassinato de uma psicóloga da Penitenciária Federal de Catanduvas (PR). Em retaliação, a facção expulsou Tiriça e jurou sua morte.
Gakiya expressou descrença na criação de uma nova facção criminosa em São Paulo devido ao conflito interno no PCC, embora tenha observado que o poder de Marcola na organização foi enfraquecido e nunca mais será o mesmo. Os advogados de Janeferson, Marcola e Tiriça não foram contatados para comentar sobre o assunto até o momento. O espaço permanece aberto para manifestações, e o texto será atualizado se houver posicionamentos dos defensores.