Nesta terça-feira, uma operação conjunta da Polícia Militar e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) resultou na prisão de nove pessoas suspeitas de atuar no Primeiro Comando da Capital (PCC). Os crimes atribuídos a esses indivíduos incluem agiotagem, lavagem de dinheiro e extorsão, tanto na capital paulista quanto em outras cidades do estado.
Um dos presos chamou a atenção por estar a caminho do Rio Grande do Sul com jet skis, supostamente para auxiliar as vítimas da tragédia que assola o estado. O suspeito, um empresário de MCs de funk, havia feito postagens nas redes sociais dentro de uma van, transportando os jet skis. No entanto, ele foi localizado em Santa Catarina e detido pela Polícia Rodoviária Federal.
A operação, denominada “Khalifa”, investiga membros da facção que atuavam no bairro do Brás, em São Paulo, e em cidades do Alto Tietê, como Mogi das Cruzes, Arujá, Suzano, Poá, Santa Isabel e São José dos Campos. Foram cumpridos onze mandados de prisão temporária e dezessete mandados de busca e apreensão. Os suspeitos teriam emprestado pelo menos 20 milhões de reais no último ano.
A promotora Flávia Torres, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MP-SP, explicou que a investigação teve início em 2023, mas os crimes ocorriam desde 2020. Os presos viviam em residências em bairros nobres e ostentavam carros de luxo.
O promotor Frederico Vieira Silvério, também do GAECO, destacou que as operações recentes contra o PCC revelam que a facção está diversificando suas fontes de renda. Além do tráfico e roubo, eles agora se envolvem em atividades financeiras lucrativas, embora menos violentas e de menor risco.
Os suspeitos emprestavam dinheiro a empresários proprietários de supermercados e lojas de roupas nas cidades onde ocorreram as buscas e apreensões. Utilizando o nome do PCC, eles pressionavam os comerciantes nas cobranças, chegando até a invadir estabelecimentos comerciais para subtrair bens como forma de coagir o pagamento das dívidas.