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A confiança dos empresários de médio porte no Brasil caiu no primeiro semestre de 2024, registrando 43,7 pontos, abaixo da marca de referência de 50 pontos do Índice de Confiança de Médias Empresas (ICME), organizado pela Fundação Dom Cabral (FDC). No segundo semestre do ano passado, o índice estava em 45 pontos. A queda foi impulsionada por uma redução de 2,3 pontos nas expectativas futuras das companhias.
“O ICME reflete, portanto, uma visão ampla da percepção dos empresários das médias empresas sobre a economia, o ambiente sociopolítico brasileiro, o setor em que atuam e a própria realidade interna”, explica Áurea Ribeiro, líder do ICME e professora da FDC.
No setor de comércio, houve uma leve melhora nas condições atuais (ICA), subindo de 39,3 pontos no segundo semestre de 2023 para 39,8 no início de 2024. Porém, nas expectativas futuras (IEF), houve uma queda de 46,2 para 44,8 pontos. A indústria e os serviços registraram queda na confiança tanto nas condições atuais quanto nas expectativas futuras.
A professora da FDC atribui essas quedas de confiança às mudanças no ambiente político, social e econômico do Brasil, que impactam diretamente as decisões de investimento dos empresários. “Se houvesse mais confiança, os empresários estariam mais inclinados a investir e expandir seus negócios”, comenta Áurea.
Apesar dos baixos níveis de confiança, Áurea destaca a resiliência das médias empresas, que conseguem planejar o futuro mesmo em tempos de crise. No geral, 53% das empresas registraram um crescimento médio de 5,27% no faturamento, superando o IPCA acumulado de 2023, que foi de 4,62%.
O crescimento foi impulsionado pelo setor de serviços, que aumentou o faturamento em 59%. Um terço das empresas aumentou o número de trabalhadores, com um crescimento médio de 1,51% nas contratações.
Para os próximos seis meses, há otimismo quanto aos ganhos, contratações e investimentos. A expectativa é de um crescimento de 7,74% no faturamento e um aumento de 1,42% na força de trabalho, com 60% das empresas esperando contratar mais do que demitir.
Em relação aos investimentos, no primeiro semestre de 2023, as médias empresas esperavam investir 3,99% do faturamento bruto anual, e no segundo semestre, 4,23%, mantendo um patamar similar (4,3%) no segundo semestre de 2024.
O ICME levou em conta 1.695 respostas de todo o país, representando 792 empresas, com 247 do setor industrial, 163 do comércio e 382 da área de serviços.