Paulo César Pereio, um dos maiores nomes do cinema brasileiro com mais de 60 filmes em seu currículo, faleceu neste domingo à tarde, no Rio de Janeiro, aos 83 anos. Stepan Nercessian, amigo próximo de Pereio, confirmou a notícia em uma postagem.
Pereio estava em estado crítico e foi levado ao Hospital Casa São Bernardo, localizado na Barra da Tijuca, durante a madrugada para tratar de uma doença hepática em estágio avançado. Segundo informações da Folha de S. Paulo, Pereio nasceu em 1940, em Alegrete, uma pequena cidade no Rio Grande do Sul, e se destacou como o “galã-terrible” do cinema brasileiro.
Ele é lembrado por seus personagens cafajestes, algumas vezes com um coração, outras não, e por suas frases memoráveis como “eu te amo, porra”, que lhe renderam um status lendário, especialmente em filmes das décadas de 1970 e 1980.
Com sua voz rouca e marcante e a presença que trouxe de seu intenso trabalho no teatro, Pereio representou a transgressão nas telonas, desde o cinema novo até a pornochanchada, passando pelas tragédias e comédias tipicamente cariocas. Sua grandeza era evidente desde seu papel em “Os Fuzis”, de Ruy Guerra, até o personagem de “Bang Bang”, de Andréa Tonacci, onde cantava Carlos Galhardo, usando uma máscara de macaco, diante de um espelho.
Ele também se destacou na improvisação selvagem como o caminhoneiro Tião de “Iracema, uma Transa Amazônica”, e na interpretação canalha dos personagens de Nelson Rodrigues em “A Dama do Lotação” e “Toda Nudez Será Castigada”.
Desde 2020, Pereio residia no Retiro dos Artistas, na capital carioca, uma instituição centenária em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, que acolhe artistas sem família ou em dificuldades, proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida. Lá, Pereio dedicava-se à leitura de obras de Machado de Assis e a passeios silenciosos.
“Adeus Pereio. Te Amo. Sempre”, escreveu Nercerssian em uma rede social. “Perdemos um ícone do nosso cinema. Descansa, meu amado Pereio”, lamentou a atriz Zezé Motta no X, a antiga plataforma Twitter.