A morte misteriosa de Angelo Onorato, marido da eurodeputada italiana Francesca Donato, ocorrida no último fim de semana na região de Palermo, tem provocado especulações em todo o país. Onorato, um arquiteto de 56 anos que também dirigia uma loja de móveis, foi encontrado morto em seu veículo SUV com uma braçadeira no pescoço no sul da Itália.
Donato e a filha do casal negam que Onorato tenha cometido suicídio e suspeitam de homicídio. Preocupadas com o fato de o familiar não ter voltado para casa após sair para um compromisso, elas localizaram-no pelo celular e encontraram seu veículo estacionado na beira da Via Minutilla, uma estrada movimentada. “O meu marido não tirou a própria vida”, reiterou a eurodeputada.
O advogado da família, Vincenzo Lo Re, destaca “considerações objetivas e subjetivas” que levam a família a excluir a hipótese de suicídio. A polícia abriu uma investigação e analisará uma carta entregue por Donato e o consultor fiscal do marido. No documento, Onorato teria escrito que, se algo lhe acontecesse, a esposa deveria contatar um advogado que conhecesse sua situação. No entanto, não há menção a problemas financeiros ou atritos com alguém.
As investigações preliminares apontam algumas circunstâncias que sugerem suicídio, embora não haja indícios de violência no corpo do arquiteto. Imagens de segurança do local onde o carro foi encontrado estão sendo analisadas, mas o veículo foi estacionado em um ponto cego entre duas câmeras de vídeo. Algumas gravações indicam que nenhum veículo parou próximo à Range Rover de Onorato, pois todos os carros “filmados” passaram em horários incompatíveis.
A tese de suicídio é sustentada, mas não se descarta a possibilidade de um suposto assassino ter se afastado escalando um muro de cerca de dois metros de altura à margem da rodovia para evitar ser filmado. Uma autópsia será realizada na Policlínica de Palermo. Francesca Donato fez um apelo para que as pessoas e os meios de comunicação evitem especular sobre a causa da morte de seu marido, enquanto enfrenta momentos difíceis e devastadores.
Donato, eleita para o Parlamento Europeu em 2019 pelo partido de direita Liga, posteriormente deixou a sigla e juntou-se ao grupo Nova Democracia Cristã. A tragédia continua a intrigar a Itália, e a investigação prossegue para esclarecer os fatos em torno dessa morte misteriosa.