Após a publicação no site Revista Sociedade Militar em 26 de abril sobre a nova política de uso das redes sociais do Exército Brasileiro, houve uma reação imediata e gigantesca. O posicionamento detalhado no artigo pelo comando da Força Terrestre gerou indignação entre os usuários de redes sociais e provocou ampla repercussão na mídia. Diversos veículos de comunicação republicaram imediatamente a informação, destacando o descontentamento popular com as novas diretrizes.
As mensagens consideradas desrespeitosas às políticas do Exército para as redes sociais incluem aquelas que:
- Usem linguagem inapropriada, obscena, caluniosa, grosseira, abusiva, difamatória, ofensiva ou de qualquer outra forma reprovável.
- Concretizem apologia a práticas ilícitas.
- Incitem o ódio, a violência, o racismo ou façam discriminação de qualquer ordem.
- Contenham ameaças, assédio, injúria, calúnia ou difamação, ou configurem qualquer outra forma de ilícito penal.
- Divulguem conteúdos na forma de spam ou “correntes”.
- Caracterizem intuito comercial ou publicitário.
- Estejam repetidas, desde que publicadas pelo mesmo autor.
- Sejam ininteligíveis ou descontextualizadas.
- Contenham propagandas político-partidárias.
- Manifestações ou opiniões de cunho político ou ideológico.
- Contenham links suspeitos ou representem ameaça à segurança da informação.
- Usem informações e imagem de pessoas e instituições indevidamente.
- Contenham dados pessoais do autor ou de terceiros.
- Violem os direitos de imagem e de propriedade intelectual.
- Sejam fraudulentas ou promovam conteúdo inverídico.
O texto divulgado pela força terrestre enfatiza que ao utilizar os canais mantidos pelo Exército Brasileiro em redes sociais, os usuários devem estar cientes das regras de uso e convivência. Aqueles que desrespeitarem essas regras poderão ser bloqueados imediatamente, independentemente de justificativa, consulta ou aviso, e, conforme o conteúdo, as mensagens poderão ser encaminhadas às autoridades competentes.
“Ao utilizar os canais mantidos pelo EB em redes sociais, o usuário estará ciente das regras de uso e de convivência aqui descritas e de acordo com elas. O usuário que desrespeitar essas regras poderá, a critério do CComSEx, ser bloqueado imediatamente, independentemente de justificativa, consulta ou aviso, e, conforme o conteúdo, as mensagens poderão ser encaminhadas às autoridades competentes.” diz trecho texto divulgado pela força terrestre.
A recente posição adotada pelo Exército Brasileiro no ambiente digital tem gerado reações controversas entre os usuários da internet. Muitos criticam a instituição, que é pública, por censurar comentários e bloquear usuários, além de encaminhar publicações para as autoridades competentes, medidas que consideram excessivas.
No Twitter, plataforma recentemente rebatizada como “X”, essa insatisfação culminou em um movimento de represália: numerosos usuários decidiram bloquear proativamente o perfil do Exército Brasileiro. Uma pesquisa rápida e simples no mecanismo de busca da própria plataforma usando termos como “bloqueado” e “Exército” revela uma série de publicações que confirmam o bloqueio massivo ao perfil da instituição. Algumas pessoas têm utilizado a hashtag #ExercitoBloqueado.
Um militar ouvido pela Revista Sociedade Militar, ligado à comunicação social de uma das três forças, que prefere não se identificar, disse que o setor de comunicação social do Exército parece não conseguir interpretar o que está acontecendo no mundo atual. A visão dos generais é considerada antiquada e descontextualizada, e as ações acabam surtindo efeito contrário. Outro militar, ouvido por WhatsApp, oficial superior, afirmou que a força estaria “desconectada da realidade”.
Com informações de Robson Augusto – Militar R1, jornalista, especialista em inteligência competitiva na internet e marketing – Revista Sociedade Militar