Cid foi liberado da prisão nesta sexta-feira por decisão de Moraes, que ratificou “integralmente” a validade do acordo de delação premiada do militar. Áudios divulgados pela revista Veja levaram Cid a ser alvo de um novo mandado de prisão em março, sob a acusação de violar o sigilo do acordo e obstruir as investigações.
Em sua defesa ao Supremo, Cid explicou que estava desabafando com um amigo, cuja identidade não foi revelada. Seu advogado, Cezar Bitencourt, esclareceu que Cid, durante seu período de prisão, recebeu diversas ligações de amigos, mas não conseguiu identificar especificamente com quem conversou. Ele desabafou e chorou, e alguém de seu círculo íntimo compartilhou as conversas.
Bitencourt ressaltou as dificuldades de comunicação por telefone enquanto Cid estava preso, afirmando que a situação se tornou caótica, levando aos vazamentos dos áudios.
A revogação da prisão de Cid por Moraes ocorreu após ele prestar “informações complementares” sobre os áudios, dando detalhes sobre com quem conversou no dia das gravações. O ministro do Supremo considerou que, nessas circunstâncias, o risco para a instrução criminal e a aplicação da lei penal diminuiu, justificando a revogação da custódia cautelar.
Cid está sendo investigado em inquéritos relacionados à trama golpista, falsificação de carteira de vacinação e desvio de joias do acervo presidencial, colaborando com a Polícia Federal nesses casos. Sua defesa reiterou que, como ajudante de ordens, ele atuava apenas como assessor e não tinha poder de decisão sobre esses eventos.
Além disso, a defesa revelou que Cid solicitou aos seus superiores para ser retirado da lista de promoção à qual teria direito por tempo de serviço. O objetivo era aguardar o término das investigações para avaliar sua ascensão na carreira militar. A advogada Vania Bitencourt afirmou que Cid fez o pedido de forma formal, buscando garantir que sua promoção seja considerada posteriormente, caso seja negada neste momento.