Por volta das 22h, policiais intervieram em um prédio no 13º distrito, no sudeste da capital, onde um homem “atacou violentamente uma mulher” com um estilete. A vítima, de 73 anos, teve ferimentos leves.
Segundo o secretário de Segurança Pública de Paris, Laurent Nuñez, a mulher foi atacada em casa. O suspeito bateu em várias portas do edifício e, quando a vítima abriu, ele invadiu seu apartamento. A polícia foi obrigada a arrombar a porta do apartamento para intervir e usou várias vezes o taser para controlar o homem, que estava muito nervoso.
O suspeito foi levado para a delegacia e, durante o teste de embriaguez, conseguiu roubar a arma de um dos agentes. Ele atirou em dois policiais, ferindo-os gravemente, antes de ser atingido por um tiro e ferido no peito.
Os policiais feridos, um na coxa e outro no abdômen, foram levados para hospitais parisienses. Um dos agentes ainda corre risco de morte, de acordo com o secretário.
O homem que atacou os agentes, neutralizado, ficou gravemente ferido e foi hospitalizado, mas não está em perigo de morte.
Nenhum dos dois policiais pode ser ouvido, segundo a promotoria de Paris. O homem detido não tem antecedentes criminais, afirmou a procuradoria de Paris.
A cena foi filmada e a Inspeção-Geral da Polícia Nacional (IGPN) vai utilizar as imagens na apuração.
O Ministério Público informou que três investigações foram abertas, duas foram confiadas à Polícia Judiciária, uma por “tentativa de homicídio de mulher”, outra por “tentativa de homicídio de detentores de autoridade pública”.
A terceira investigação foi confiada à IGPN (a “polícia da polícia”) por “violência intencional com arma por detentor de autoridade pública”, como sempre acontece quando um agente da polícia usa sua arma. As investigações devem especificar as circunstâncias dos fatos, a identidade do suspeito e suas possíveis ligações com a primeira vítima do ataque com o estilete.
Questionado sobre a possibilidade de motivação terrorista, o chefe da polícia declarou que era “muito cedo” para saber. Um tiroteio nas dependências de uma delegacia é extremamente raro na França.
Estamos muito preocupados com o estado de saúde dos dois policiais, sublinhou Nuñez, prestando seu apoio ao pessoal da 13ª delegacia e elogiando sua coragem e capacidade de resposta. Os funcionários da delegacia estão muito afetados, declarou Laurent Nuñez, mencionando muita emoção depois destes fatos gravíssimos.
Questionado sobre uma possível falha na arma do policial, Yann Bastière, delegado nacional do sindicato de polícia, afirmou que normalmente, o coldre é protegido por um clip que impede que outras pessoas agarrem a arma ou que ela caia. Antes desta tragédia, houve uma intervenção de grande intensidade com meus colegas do grupo de apoio do bairro, que intervieram por uma pessoa potencialmente em perigo de morte. A arma poderia ter sido desbloqueada naquele momento, analisa.