O fenômeno climático La Niña, famoso por estender a seca, deve atrasar o retorno das chuvas aos reservatórios das usinas hidrelétricas, impactando a oferta e demanda de energia. Segundo informações da Revista Oeste, a La Niña é caracterizada pelo resfriamento incomum das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial central e oriental.
Já se sente o alerta, considerando que as hidrelétricas compõem 55% da matriz elétrica do Brasil e que o setor já está tomando medidas emergenciais para evitar uma crise energética no final do ano. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) está implementando estratégias para preservar a água em usinas importantes das regiões Sudeste e Centro-Oeste, com o objetivo de enfrentar a falta de chuvas e reduzir os custos de geração.
Uma dessas medidas foi a diminuição das vazões nas usinas hidrelétricas de Jupiá e Porto Primavera, localizadas no Rio Paraná, conforme o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).
De acordo com a Climatempo, o início da La Niña está previsto para julho, com intensificação na primavera e pico no início do verão, e a expectativa é que enfraqueça apenas no outono de 2025. O fenômeno vai intensificar os períodos de seca no inverno nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste e causará chuvas abaixo da média no Sul, prolongando a seca.
Adicionalmente, um inverno com temperaturas acima da média provavelmente aumentará o consumo de energia no país. “Com a formação da La Niña em julho, a tendência é de um período seco mais longo e um atraso no retorno do período úmido na primavera”, disse a meteorologista e especialista em clima para o setor elétrico da Climatempo, Ana Clara Marques.
Além disso, o país continuará enfrentando os efeitos de fenômenos climáticos extremos, como temperaturas extremas, chuvas intensas, ventos fortes e raios, que têm se tornado mais frequentes nos últimos anos.
O aumento no consumo de energia devido às temperaturas mais altas no inverno, juntamente com a diminuição das chuvas no Sul, deve causar mudanças nos preços a curto prazo.
Segundo o Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE), o setor enfrenta um cenário de alta volatilidade de preços, impulsionado por eventos climáticos e aumento na demanda por eletricidade.