O Monte Érebo, um dos vulcões mais ativos do planeta, tem uma característica surpreendente: ele expele pó de ouro. Localizado na Antártida, na Ilha Ross, o Monte Érebo faz parte do famoso Anel de Fogo do Pacífico, onde se encontram 1,6 mil vulcões ativos. Sua elevação atinge 3.794 metros acima do nível do mar.
O ouro é lançado pelo vulcão em minúsculos cristais metálicos, medindo até 20 micrômetros, através das rajadas de gases. Diariamente, cerca de 80 gramas de ouro são expelidos, o que equivale a aproximadamente R$ 32 mil.
Especialistas da Agência Espacial Americana (Nasa) explicam que o Monte Érebo está acima de uma fina fatia de crosta, o que facilita a subida da rocha derretida do interior da Terra, transportando o minério para a superfície e cristalizando-o.
Foto: Jonathan Corum/The New York Times
Pesquisadores da Antártida também encontraram vestígios de ouro no ar a mil quilômetros de distância do Monte Érebo. Apesar de sua localização remota, sua atividade é monitorada por satélite, segundo o Instituto Smithsonian.
Curiosamente, o vulcão já foi cenário de desastres. Em 28 de fevereiro de 1979, um voo colidiu com a lateral do Monte Érebo, matando todas as 257 pessoas a bordo. O avião fazia parte de um programa da Air New Zealand que permitia voos turísticos de 11 horas de Auckland, na Ilha Norte da Nova Zelândia, até a Antártida.
As equipes de resgate encontraram câmeras dos passageiros perto do local do acidente. Algumas imagens, tiradas momentos antes do impacto, mostravam que a visibilidade estava adequada no momento da colisão e que o piloto voava abaixo das nuvens. Descartada a hipótese de baixa visão, acredita-se que um “apagão” tenha sido a causa do acidente: o vulcão teria sido coberto de gelo e ficado “invisível” pela luz, levando o piloto a presumir que a mancha branca à frente era gelo e neve na paisagem abaixo.