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Professores aconselham candidatos a continuarem estudando, sem perder o foco. Nova data será anunciada assim que houver condições climáticas e logísticas de aplicação da prova em todo o território nacional.
O governo federal adiou a realização das provas do Concurso Nacional Unificado (CNU), conhecido como “Enem dos concursos”, que seriam aplicadas no último domingo (5) em todo o país devido às fortes chuvas no Rio Grande do Sul.
Segundo o Ministério da Gestão, órgão responsável pela aplicação do concurso, uma nova data será anunciada assim que houver condições climáticas e logísticas de aplicação da prova em todo o território nacional.
Com a nova determinação, como fica a situação de quem ia fazer a prova? O g1 conversou com especialistas, que deram orientações sobre como os candidatos devem agir após o adiamento das provas. Confira abaixo.
É hora de estudar ou relaxar?
Segundo o professor Erick Alves, do Direção Concurso, cada candidato reage de uma forma diferente às mudanças que não estavam previstas, mas o ideal é relaxar no primeiro momento e depois correr atrás de se planejar para estudar.
“A ideia é tentar fazer do limão uma limonada. O candidato deve enxergar esse prazo extra como mais uma oportunidade para estudar. Um exemplo é se dedicar a algum conteúdo que eventualmente não tem estudado ainda, ou revisar informações que está com dificuldade”, explica.
Dá tempo de estudar matérias novas?
Bruno Bezerra, professor do Estratégia Concurso, indica que se o candidato não conseguiu estudar todo o conteúdo até às vésperas do adiamento, a hora é agora.
“Muita gente, pelo fato de o edital ser muito grande, não tinha estudado todo o conteúdo. Então, possivelmente, com esse prazo maior, eles vão conseguir estudar mais assuntos. Agora é o momento de recalcular a rota, estudar novos assuntos e manter a revisão dos conteúdos já estudados para não cair no esquecimento”.
Fernanda Feitosa, professora do GranConcurso, reforça que cada candidato tem seu ritmo de estudo, mas o que vai fazer a diferença é manter o foco no objetivo final, da realização da prova.
“Dá tempo de estudar? Depende de como o candidato vai encarar [o adiamento]. O que não pode é desmotivar”, frisa.
É uma boa hora para fazer simulados?
Ivan Neto, advogado, especialista em concurso público na Brabo Concursos, defende a prática de simulados nesta etapa de preparação do concurso. Segundo ele, é um exercício indispensável.
“Sugiro [que façam] pelo menos dois simulados durante a semana, mas os candidatos que conseguirem fazer um simulado também é um número excelente, pensando que não vai demorar muito tempo para essa prova ser remarcada”, argumenta.
Qual estratégia de estudo seguir a partir de agora?
Segundo Bruno Bezerra, há formas diferentes de aproveitar o adiamento do concurso. Para aqueles que estavam bem preparados para a prova do dia 5, o ideal é focar em:
- pontos mais fracos, assuntos que têm índices de acertos mais baixos;
- treinar questões discursivas, pois representam 20% dos pontos do edital.
Já para os que não tinham estudado todo o conteúdo, a melhor saída é:
- estudar novos conteúdos;
- fazer questões da Cesgranrio;
- reler resumos;
- elaborar mapas mentais;
- assistir às vídeoaulas de revisão.
Focar no CNU ou apostar em outros concursos?
Com o adiamento do CNU, existe a possibilidade de alguns candidatos perderem o foco dos estudos deste concurso para apostar em outras opções de prova. Entretanto, Ivan Neto aconselha que os inscritos continuem apostando no “Enem dos concursos”.
“Os candidatos devem focar 100% no CNU pela quantidade de vagas. É uma das melhores oportunidades de 2024. Algumas pessoas veem muitos concursos públicos sendo publicados e acabam perdendo foco, não estudando de maneira eficiente para nenhum deles”, ressalta.
Como lidar com a ansiedade?
Os especialistas ressaltam que adiamentos como o que ocorreu com o CNU, às vésperas da aplicação das provas, não costumam acontecer. A notícia, então, pode mexer com as emoções dos candidatos e causar mais ansiedade do que o esperado.
“O que a gente percebe é que os alunos ficam extremamente frustrados e isso se junta ao cansaço. Por isso, eles não conseguem mais manter o ritmo intenso de estudos. É importante o aluno se conscientizar de que ele não vai sustentar o mesmo ritmo de estudos a partir de agora”, explica.
Já Ivan reforça a importância de focar nos estudos em meio às possíveis frustrações.
“Concurso público não é só um jogo técnico, de acertar mais questões. É um jogo psicológico também. Esse adiamento abala, mas o importante é não entrar na pilha de pedir anulação de concurso e fazer a sua parte, focando nos estudos. O concurso foi adiado, não foi cancelado, as provas vão chegar”, tranquiliza.