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Ibovespa e dólar fecharam em alta nesta quarta-feira (8), com investidores à espera da decisão dos juros pelo Banco Central (BC), que será publicada após o fechamento do mercado.
O momento é de inédita incerteza no atual ciclo monetário sobre a magnitude do corte a ser anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), com juros atualmente em 10,75%.
Em sua última reunião, o Copom havia indicado manutenção do ritmo de 0,50 ponto percentual, mas desde então incertezas globais e domésticas levaram o presidente do BC, Roberto Campos Neto, a abrir a porta no mês passado para uma desaceleração do passo de corte para 0,25 ponto.
No campo corporativo, investidores esperam por nova leva de balanços.
Após o fechamento estão previstos números de Banco do Brasil (BBAS3), Arezzo (ARZZ3), Braskem (BRKM5), Cogna (COGN3), Copel (CPLE6), CSN (CSNA3) Lojas Renner (LREN3), Minerva (BEEF3) MRV&Co (MRVE3), entre outros.
O principal índice do mercado doméstico encerrou com avanço de 0,21%, aos 129.480 pontos, a despeito de um clima misto em Wall Street.
Na bolsa, BRF (BRFS3) esteve entre os maiores ganhos, com alta de 11,17%, enquanto Telefônica Brasil (VIVT3) e Ambev (ABEV3) ficaram na ponta negativa com perda de 5,63% e 3,41%, respectivamente.
A expectativa com Copom deu fôlego ao dólar em meio a incertezas sobre o ritmo de afrouxamento, enquanto o apetite por risco no exterior se mostrava reduzido.
A divisa norte-americana fechou o dia com alta de 0,46%, negociada a R$ 5,091 na venda, pouco acima da valorização ante a cesta de principais moedas do globo.
Copom gera expectativas
Após seis cortes seguidos de 0,50 ponto nos juros, o mercado passou a encampar a desaceleração do ritmo no encontro deste mês.
Antes certos da manutenção do ritmo de meio ponto, operadores de contratos futuros de juros passaram a embutir quase 90% de chance de ajuste mais cauteloso, de 0,25 ponto. As expectativas do boletim Focus também viraram, e passaram a mostrar nesta semana redução de 0,25 ponto, de 0,50 antes.
Divididos, economistas consultados em pesquisa da Reuters acreditam em sua maioria numa desaceleração para 0,25 ponto, embora parcela expressiva aposte na manutenção do passo de 0,50 ponto visto nas últimas seis reuniões.
Em teoria, um ritmo mais lento de afrouxamento monetário no Brasil seria positivo para o real, uma vez que isso preservaria melhor a rentabilidade do mercado de renda fixa, atraindo investidores estrangeiros.
No entanto, muitos participantes do mercado têm alertado que, caso eventual decisão do BC de desacelerar o afrouxamento seja motivada por elevadas incertezas fiscais, isso poderia anular o efeito positivo para o real, já que a saúde das contas públicas também é um fator levado em consideração para decisões de investimento.
*Com informações de Reuters