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Golpistas se aproveitaram da tragédia no Rio Grande do Sul utilizando inteligência artificial, vaquinhas online falsas e venda de doações. Entre os investigados, está um adolescente de 16 anos, acusado de organizar vaquinhas virtuais fraudulentas, supostamente destinadas às vítimas do desastre que resultou em 169 mortos, 56 desaparecidos e 806 feridos até a noite deste domingo (26).
A polícia revelou uma série de golpes utilizando tecnologias, arrecadações coletivas e apropriação de doações. Nesta sexta-feira (24), cumpriu-se um mandado de busca e apreensão em Balneário Camboriú, Santa Catarina, onde o adolescente residia em uma cobertura de luxo alugada por R$ 30 mil. Segundo a polícia, ele movimentava cerca de R$ 2 milhões por dia com esses golpes em todo o Brasil. O adolescente também gerenciava sites falsos que ofereciam produtos a preços abaixo do mercado, mas nunca entregavam os itens. Outras duas pessoas são investigadas por estelionato e lavagem de dinheiro.
Além das vaquinhas falsas, os golpistas vendiam doações e utilizavam inteligência artificial para enganar doadores. Um dos casos envolveu Luciano Hang, dono da Havan, cuja imagem e voz foram falsificadas em vídeos para anunciar uma promoção irreal de ar-condicionado.
Outro golpe envolveu a apropriação de água de hidrantes do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) em Porto Alegre. Golpistas abasteciam caminhões-pipa e vendiam a água para condomínios através da empresa Peres, que alegou ter autorização para retirar a água, embora a Prefeitura de Porto Alegre afirme que a empresa só podia transportar a água para hospitais, sem custo.
Guilherme Ferreira de Souza, 47 anos, foi flagrado vendendo copos e garrafas de água provenientes de doações. Após ser confrontado pela reportagem, ele admitiu o crime e foi detido, mas liberado posteriormente. A água restante foi recolhida pela Brigada Militar e doada a um centro municipal.
A Diocese de Nova Friburgo informou que as autoridades estão tomando providências. Nas redes sociais, o padre Ricardo Pinheiro da Silva Schueller pediu perdão pelo ocorrido, reconhecendo sua falta de caridade e afirmando que o episódio foi um aprendizado.