foto: Reprodução
O delegado Marcos Buss declarou em entrevista à CNN nesta sexta-feira (31) que a psicóloga Julia Andrade Cathermol Pimenta e Suyany Breschak teriam conspirado por mensagens para assassinar o empresário Luiz Marcelo Antonio Ormond.
“Sobre forte influência de Suyany, Julia teria cometido este homicídio. E Suyany, temos evidências, sabia o que estava acontecendo. Inclusive, elas trocavam mensagens sobre como isso seria feito”, afirmou Buss.
De acordo com o delegado, Suyany se autointitula “orientadora espiritual” de Julia. A namorada, suposta autora direta, serviu um “brigadeirão” com uma quantidade letal de morfina, resultando na morte do empresário.
Suyany foi presa na última quarta-feira (29), mas Julia continua foragida. A investigação está atualmente trabalhando na quebra do sigilo bancário dos envolvidos para verificar as afirmações de Suyany.
Buss indicou que, segundo as evidências, a motivação do crime foi econômica. “Julia, inclusive, estaria buscando a formação de uma união estável com o empresário, no intuito de herdar seus bens. Com a resistência dele, Julia decidiu matá-lo e subtrair bens, realizar transações”, explicou.
Entenda o caso
O empresário de 44 anos estava em um relacionamento com Julia, de 29, há poucos meses e morava na zona norte do Rio de Janeiro.
O corpo de Ormond foi encontrado na noite de 20 de maio no sofá do apartamento. No entanto, segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML), o corpo estava em avançado estado de decomposição, indicando que a morte pode ter ocorrido pelo menos três dias antes.
Júlia Andrade Cathermol Pimenta está sendo procurada pela polícia / Reprodução
O dia 17 de maio foi a última vez que o empresário foi visto vivo por testemunhas. Entre os dias 18 e 20, Julia continuou frequentando o condomínio onde a vítima morava. Nos dias 18 e 19 de maio, testemunhas relataram que ela foi à academia do prédio.
Um dos porteiros disse aos policiais que, no dia 19, Julia pediu ajuda para retirar o carro do namorado da garagem, afirmando ter batido o veículo em uma pilastra. O porteiro ajudou, mas achou a situação estranha, já que o empresário não costumava deixar outras pessoas dirigirem seu carro.
Imagens de câmeras de segurança mostram Julia pegando um cartão bancário do namorado entregue por correspondência, enquanto ele já estava morto. Outros registros mostram Julia voltando da academia para o apartamento.
Testemunhas também suspeitam que Julia usou o celular de Ormond após sua morte para se passar por ele, enviando mensagens de texto, apesar de ele ter o costume de se comunicar por áudios.
No último dia em que Ormond foi visto vivo, ele mencionou a uma testemunha que a namorada faria um brigadeiro para ele. No momento em que o corpo foi retirado do imóvel, um frasco de morfina foi encontrado próximo ao local. Uma testemunha médica afirmou que o empresário nunca mencionou usar morfina e que Julia, por ser psicóloga, poderia ter acesso à substância. “Motivo pelo qual a declarante tem absoluta certeza de que não foi a vítima quem enviou a mensagem no dia 19/05 e ressalta que teme pela sua integridade física diante de tanta crueldade”, diz o inquérito.