No sábado, 25, o apresentador José Luiz Datena, conhecido por sua dedicação ao trabalho e por raramente se ausentar do Brasil Urgente, decidiu tirar um dia de folga. Lucas Martins, repórter do telejornal, assumiu o comando do programa naquele dia.
A ausência de Datena coincidiu com um momento delicado para a emissora Band, que foi judicialmente obrigada a transmitir um direito de resposta embaraçoso, resultado de um desabafo intenso do apresentador contra a companhia aérea falida Alitalia. Segundo informações da Revista Oeste, o segundo bloco do Brasil Urgente foi totalmente dedicado à leitura da sentença do processo movido pela Alitalia contra o Grupo Bandeirantes.
Durante mais de seis minutos, os telespectadores do telejornal se depararam com uma tela azul, indicando que a emissora estava cumprindo uma ordem judicial. O número do processo, que tramitava no Tribunal de Justiça de São Paulo há mais de uma década, também foi exibido.
Desde o início do processo em 28 de janeiro de 2010, Datena passou por várias mudanças, incluindo uma breve transferência para a Record e várias tentativas de iniciar uma carreira política, todas abandonadas antes das eleições.
A sentença do processo foi proferida em 2010, mas a Band recorreu em várias instâncias. No entanto, os executivos da emissora não conseguiram reverter a decisão, e a condenação foi mantida definitivamente no final de janeiro deste ano, mais de 14 anos após o início do processo.
Além de ter que abrir espaço no Brasil Urgente para a leitura da sentença, a Band terá que pagar uma indenização de R$ 4,7 milhões para a Alitalia. Datena, que fez os comentários polêmicos sobre a companhia aérea, não precisava estar presente no telejornal para a leitura do direito de resposta.
O Tribunal indicou que outro profissional poderia ler a sentença. A única exigência era que o conteúdo fosse transmitido no programa de José Luiz Datena.
O direito de resposta exibido no Brasil Urgente de sábado foi motivado por um desabafo intenso de José Luiz Datena contra a Alitalia em 2009, após não conseguir embarcar em um voo na Grécia. Na ocasião, Datena criticou a prática de overbooking da companhia, acusou-a de discriminação e a comparou com um cartel de lavagem de dinheiro.
A condenação da Band também se refere a outras declarações de Datena sobre a Alitalia. O apresentador expressou ao vivo seu desejo de que a empresa faliu e fez comparações com o nazismo e Hitler. O juiz Cassio Brisola aplicou a multa no final do ano passado, alegando que o apresentador agiu de forma descontrolada e truculenta, atribuindo crimes graves à empresa sem qualquer fundamento.