Oscar Wilde, o célebre escritor irlandês, uma vez descreveu a memória como “o diário que todos nós carregamos conosco”. No entanto, à medida que envelhecemos, algumas páginas deste diário vital podem se perder ou se extraviar, causando desconforto e dor.
Segundo informações da Folha de S. Paulo e BBC News, o professor Charan Ranganath, diretor do Laboratório de Memória Dinâmica da Universidade da Califórnia, um dos principais neurocientistas no campo da memória, assegura que o risco de tal ocorrência pode ser minimizado.
Em uma entrevista com a BBC News Mundo, Ranganath, autor do livro “Por que nos lembramos”, identificou quatro maus hábitos comuns que afetam a capacidade do nosso cérebro de reter memórias. Ele também forneceu algumas orientações para corrigir esses hábitos.
- Falta de Descanso Adequado: À medida que envelhecemos, tendemos a dormir menos. Além disso, problemas de trabalho, financeiros e de saúde podem afetar a qualidade do sono. Ranganath sugere evitar o uso de celular e computador, refeições pesadas, álcool e cafeína antes de dormir para melhorar a qualidade do sono.
- Multitarefa: Em nosso mundo competitivo e agitado, a capacidade de realizar várias tarefas ao mesmo tempo é vista como uma vantagem. No entanto, Ranganath adverte que isso pode ser prejudicial para a memória.
- Monotonia: O cérebro humano não está programado para lembrar de tudo. Ele é seletivo. Apenas experiências ou eventos associados a emoções fortes que liberam certas substâncias químicas em nosso cérebro serão fixados em nossos neurônios.
- Excesso de Confiança: As pessoas tendem a acreditar que sua memória é muito boa até que percebam que não é o caso. Ranganath recomenda não confiar apenas na memorização para aprender algo.
Além de combater esses quatro hábitos, Ranganath garante que existem outras maneiras de proteger nossa memória e desfrutar de uma boa saúde mental. Ele sugere dormir melhor, aprender a lidar com o estresse, adotar práticas de atenção plena, manter uma boa alimentação e saúde bucal e auditiva, exercitar-se regularmente e manter relações sociais.
Por fim, o especialista afirma que essas boas práticas permitiram a algumas pessoas manter sua memória até uma idade avançada e reduzir em um terço o risco de demência. Esses dados são encorajadores, especialmente considerando que 40% das pessoas podem ter algum tipo de problema de memória ao completar 65 anos, segundo a Sociedade de Alzheimer do Canadá.