Os temporais que afetam o Rio Grande do Sul desde o início da semana devem persistir nos próximos dias, de acordo com a previsão dos meteorologistas. A projeção é que as precipitações, que já causaram 37 mortes, 74 desaparecimentos e milhares de desabrigados, só comecem a perder intensidade no domingo, dia 5, e que o sol e o calor voltem a predominar no território gaúcho na semana seguinte.
Nesta sexta-feira, dia 3, e no sábado, o acumulado de chuva pode chegar a mais de 250 mm, atingindo com maior intensidade as regiões nordeste e norte do Estado, bem como parte de Santa Catarina.
“A instabilidade persiste sobre o Rio Grande do Sul. É aquele canal de umidade que está vindo do norte do país e que, infelizmente, continuará nos próximos dias”, afirmou a meteorologista Cátia Valente durante uma transmissão com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), na noite de quinta-feira.
“Temos volumes de chuva ainda muito elevados nas partes noroeste e norte do estado, e o fluxo continua passando pela região central, indo em direção à Serra, ao litoral norte e também a Campos de Cima da Serra e toda a região dos vales. A expectativa é que os volumes acumulados de chuva possam chegar a 250 mm ao longo desta sexta-feira e também no sábado”, completou.
Cátia também mencionou que a chuva deve persistir no domingo, atingindo principalmente a parte mais ao norte do estado, mas já com menor intensidade.
A meteorologista Estael Sias, da MetSul, afirmou que as chuvas devem dar uma trégua no início da próxima semana. “No entanto, é importante entender todo o contexto da melhora do tempo e o que ocorrerá até que o tempo se estabilize, mesmo que brevemente”, disse Estael em uma nota publicada no site da empresa na quinta-feira.
A previsão é de calor e que o sol predomine no começo da semana que vem. As máximas poderão atingir 35ºC em algumas cidades e podem alcançar 32ºC a 34ºC na Grande Porto Alegre. Na terça, afirma a MetSul, o sol e calor continuam predominando e as chuvas temporais deverão ficar concentradas no extremo sul do Estado e próximo das fronteiras.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Santa Catarina e Rio Grande do Sul poderão sofrer as consequências de microexplosão atmosférica, fenômeno caracterizado pelo deslocamento violento de uma corrente de ar em direção ao solo, provocando ventos extremamente fortes.
O fenômeno é o oposto do tornado, quando os ventos em direção ao solo convergem, formando um redemoinho. Mas o poder destrutivo é semelhante.