Em 3 de janeiro de 2019, a missão Chang’e-4 da China pousou na cratera Von Kármán, tornando-se o primeiro e único país a pousar no lado distante da Lua – a parte que está sempre voltada para longe da Terra.
Agora, a China está enviando outra missão para o lado distante, com o objetivo de retornar as primeiras amostras do “lado oculto” da Lua para a Terra.
A missão Chang’e-6, lançada na sexta-feira (3), está programada para passar 53 dias explorando a bacia do Polo Sul-Aitken, estudando sua geologia e topografia, além de coletar amostras de diferentes pontos da cratera.
Acredita-se que a bacia do Polo Sul-Aitken seja a maior e mais antiga cratera da Lua, abrangendo quase um quarto de sua superfície, com um diâmetro de aproximadamente 2.500 quilômetros e mais de 8 quilômetros de profundidade.
Os cientistas esperam que o retorno das amostras à Terra ajude a responder a perguntas persistentes sobre o intrigante lado distante, que não foi estudado tão profundamente quanto o lado próximo, além de confirmar a origem da Lua.
Embora o lado distante da Lua possa parecer escuro da nossa perspectiva, ele experimenta um dia lunar e uma noite lunar, assim como o lado próximo, e recebe bastante iluminação. Um dia lunar dura pouco mais de 29 dias, enquanto a noite lunar dura cerca de duas semanas.
O lado distante da Lua tem sido mais difícil de estudar, o que levou ao apelido de “lado escuro” e criou um ar de mistério. No entanto, várias espaçonaves, incluindo o Orbitador de Reconhecimento Lunar da Nasa, ajudaram a esclarecer fatos sobre a Lua.
O retorno de amostras para a Terra permitirá que a tecnologia mais recente e sensível analise rochas e poeira lunares, potencialmente revelando como a Lua se formou e por que seu lado distante é tão diferente do lado próximo. Apesar dos anos de dados orbitais e amostras coletadas durante as missões Apollo, os cientistas ainda estão tentando responder a perguntas-chave sobre a Lua.
“O motivo pelo qual o lado distante é tão fascinante é porque ele é tão diferente do lado da Lua que vemos, o lado próximo”, disse Noah Petro, cientista do projeto da Nasa tanto para o Orbitador de Reconhecimento Lunar quanto para a missão Artemis III, que visa pousar humanos na Lua pela primeira vez desde 1972. “Durante toda a história humana, os humanos foram capazes de olhar para cima e ver a mesma superfície, o mesmo lado da Lua.”
Mas em 1959, a União Soviética enviou uma sonda para voar pelo lado distante da Lua e capturou as primeiras imagens dele para a humanidade.
“Vimos esse hemisfério completamente diferente: não coberto por grandes fluxos de lava vulcânica, marcado por crateras, uma crosta mais espessa. Isso conta uma história diferente do lado próximo”, disse Petro.