Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
A injeção de R$ 55,4 milhões do Ministério da Saúde em Cabo Frio (RJ), cidade estratégica para o PT nas eleições deste ano, desencadeou uma troca de acusações de corrupção. O deputado Lindbergh Faria (PT-RJ) acusou hoje (9) o ex-petista Rafael Peçanha de “receber mesada” de um político bolsonarista, sem apresentar provas, e o chamou de “canalha”. O PT decidiu descartar Peçanha e apoiar a ex-bolsonarista Magdala Furtado (PV) à reeleição no município, onde Bolsonaro teve 66,7% dos votos e Lula 33,3% nas últimas eleições.
Por sua vez, Peçanha insinuou que Lindbergh teria trocado seu apoio pelo da prefeita Magdala em referência ao valor enviado à Cabo Frio pelo Ministério da Saúde, controlado pelo PT. Peçanha também não apresentou provas sobre suas alegações.Após a liberação dos recursos, Magdala nomeou o filho da ministra Nísia Trindade (Saúde) como secretário municipal de Cultura e trocou o PL pelo PV, recebendo apoio do PT à sua reeleição.
Lindbergh, por sua vez, ameaçou processar Peçanha e afirmou que Lula subirá no palanque de Magdala, pedindo aos petistas insatisfeitos que “saíam do partido”.Quanto à verba extra para Cabo Frio, o Ministério da Saúde informou que o ato administrativo de dezembro será revogado e republicado com correções. Advogados em direito administrativo destacam que a ministra cometeu ilegalidade ao publicar uma portaria com informações incorretas.O ministério nega qualquer relação entre a contratação do filho da ministra e a liberação da verba pública, afirmando que Cabo Frio é beneficiada devido à sua população significativa.