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Sempre temos uma tendência para abraçar alguém de um lado específico, mastigar mais com um lado da boca ou segurar uma xícara com uma mão específica. Esses hábitos, que podem parecer aleatórios, são muitas vezes determinados geneticamente, assim como a definição de ser canhoto ou destro.
Desde o estágio embrionário, os hemisférios esquerdo e direito do cérebro se conectam de maneira distinta. Um estudo recente publicado na revista Nature Communications associou variações genéticas a esse fenômeno conhecido como lateralidade.
Pesquisadores já haviam identificado variantes genéticas que influenciam o desenvolvimento de indivíduos canhotos, que representam 10% da população mundial. No entanto, um novo estudo descobriu que um gene específico de tubulina é 2,7 vezes mais comum em pessoas canhotas do que em destros.
Para entender melhor a pesquisa, os cientistas analisaram mais de 350 mil dados de variantes genéticas que codificam proteínas. Eles examinaram dados genéticos de cerca de 313 mil pessoas destras e 38 mil canhotas.
A análise desses dados revelou que as pessoas canhotas apresentavam mais variantes em um gene específico, o TUBB4B, responsável pela codificação das tubulinas.
As tubulinas são proteínas que se organizam em longos filamentos, conhecidos como microtúbulos, que controlam a forma e os movimentos das células. Esses microtúbulos formam cílios que, segundo a pesquisa, podem direcionar o fluxo de fluidos no ambiente celular. Quando isso ocorre de maneira assimétrica, pode influenciar a lateralidade de uma pessoa durante seu desenvolvimento.
Os pesquisadores planejam investigar como essa “lateralidade” molecular dos microtúbulos influencia o desenvolvimento inicial do cérebro. Enquanto isso, essa recente descoberta pode oferecer insights sobre os mecanismos de desenvolvimento da assimetria cerebral em todos nós.