O Comando Militar da Amazônia está promovendo um edital para a contratação de serviços de acesso à Internet via satélite em várias unidades da região. A disputa está marcada para o próximo dia 30, com um valor máximo de R$ 5,1 milhões.
O edital especifica a preferência por satélites de baixa órbita (LEO), indicando que a competição se concentrará nas revendas da Starlink, empresa do polêmico empresário Elon Musk. Musk tem se envolvido em polêmicas no Brasil, especialmente em relação à sua plataforma de rede social “X” (antigo Twitter), onde defende pautas da direita.
A competição será dividida em dois lotes, e os militares exigem uma conectividade muito superior à oferecida pelos satélites geoestacionários. Eles buscam uma taxa de download de pelo menos 80 Mbps e uma taxa de upload de 20 Mbps. Os satélites geoestacionários, embora tenham capacidade para mais, conseguem apenas 10 Mbps. O problema é que sua largura de banda não seria suficiente para atender a esse padrão.
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Além disso, os militares estabeleceram um requisito de latência (tempo que o sinal de Internet leva para chegar ao usuário) inferior a 100 milissegundos. Nesse aspecto, os satélites de baixa órbita, mais próximos da Terra, superam os geoestacionários.
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Dessa forma, apenas as revendas da Starlink poderão participar do pregão e competir pelo menor preço do serviço, que terá duração de 12 meses.
Ao todo os militares esperam contar com 128 pontos de presença (antenas/ receptores) que deverão atender às seguintes unidades do Comando Militar da Amazônia:
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A decisão de optar pelos satélites de baixa órbita foi justificada com base em problemas anteriores com contratos envolvendo a operadora de satélites geoestacionários na região. Esses contratos não atenderam adequadamente às necessidades da região amazônica, comprometendo a operacionalidade das tropas.
No entanto, a situação atual envolvendo a Starlink e o governo brasileiro gera debates. A forte dependência de um satélite estrangeiro para cobrir a região amazônica levanta questões de soberania. Além disso, há especulações sobre a capacidade dos satélites da Starlink de espionar o subsolo da Amazônia, embora isso ainda não tenha sido comprovado.
Com informações de Capital Digital