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O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, conhecido como Itamaraty, optou por não se manifestar sobre a recente legislação promulgada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que incorpora grande parte do território guianense.
Uma fonte sênior do ministério informou que o papel dos diplomatas brasileiros é atuar como mediadores no conflito territorial entre Venezuela e Guiana, e não como comentaristas.
A fonte enfatizou que o Itamaraty prefere não emitir opiniões sobre cada etapa do processo em disputa.
Assim, a postura do Brasil é de observar a evolução do caso e pronunciar-se apenas diante de novos desenvolvimentos significativos.
Historicamente, o Brasil tem desempenhado um papel de mediador na controvérsia, que se intensificou após um referendo venezuelano que resultou na anexação da região de Essequibo, reconhecida internacionalmente como parte da Guiana.
A região de Essequibo, objeto de disputa entre Venezuela e Guiana, compreende mais de três quartos do território da Guiana e é rica em recursos naturais como petróleo e minerais.
Em um esforço de mediação, o Brasil co-patrocinou uma reunião entre Maduro e o presidente guianense, Irfaan Ali, em São Vicente e Granadinas, em dezembro. Durante o encontro, ambos os líderes comprometeram-se a evitar o uso da força militar e a não escalar o conflito verbalmente ou por meio de ações, um compromisso que parece ter sido violado com a aprovação da nova lei.
O silêncio do Itamaraty sobre a legislação ocorre após o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ter expressado publicamente críticas ao processo eleitoral na Venezuela, marcando uma mudança em sua postura anterior.
Lula destacou a gravidade da proibição imposta pelo governo de Maduro à candidatura presidencial de Corina Yoris, alegando falta de justificativas políticas ou legais para tal impedimento.
O Brasil continua monitorando atentamente as tensões entre os países vizinhos, e fontes militares brasileiras indicaram que Maduro não deseja um conflito armado.