Marcos Corrêa | PR
O ministro responsável pela pasta de Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, apontou a disseminação de informações inverídicas como motivo para a diminuição do apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segmento evangélico. Ele mencionou boatos infundados sobre o fechamento de igrejas e a implementação de banheiros unissex em escolas.
“Se alguém não oferece apoio sob a alegação de que o governo está encerrando atividades de igrejas, isso não corresponde à verdade e precisamos esclarecer. Se a razão da falta de apoio é a suposta introdução de banheiros unissex em instituições educacionais, isso também não é verdadeiro”, declarou o ministro em entrevista à BBC Brasil.
Durante a conversa, Dias admitiu que os comentários de Lula a respeito do conflito entre Israel e o grupo Hamas, classificado como terrorista, podem ter afetado sua imagem junto ao eleitorado cristão. Contudo, ele destacou que há uma grande distorção das palavras do presidente.
O ministro expressou descontentamento com a manipulação de ‘fake news’ que teriam contribuído para a queda na aprovação de Lula.
“O Brasil é um defensor da paz e advoga por um cessar-fogo, considerando que há crianças, idosos, pessoas com deficiência, e indivíduos que são alheios ao conflito e que estão sofrendo com a fome e necessitam de assistência. […] Infelizmente, essa postura do Brasil foi mal interpretada por alguns líderes, e essas distorções acabaram tendo impacto”, expressou com pesar.
Além disso, com o objetivo de reconquistar a confiança do eleitorado evangélico, que em 2022 se alinhou majoritariamente com Jair Bolsonaro (PL), o governo tem planos de iniciar a campanha “Fé no Brasil”. Essa iniciativa visa promover de maneira mais eficaz as realizações do Executivo e é vista também como uma estratégia de aproximação com a comunidade cristã.