Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal
O mercado de juros está sendo pressionado pela expectativa de que a equipe econômica desista de falar sobre superávit primário no próximo ano. Por volta das 11h desta segunda-feira, dia 15, os investidores projetavam que a Selic terminal (ponto máximo em que o Banco Central reduzirá os juros) ficaria em 10,07% ao ano.
A apresentação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2025 está marcada para as 16h30, e circulam rumores de que o governo finalmente admitirá a impossibilidade de alcançar algum superávit no próximo ano. A expectativa no mercado é que o Planalto repita em 2025 a meta deste ano de zerar o déficit primário.
O abandono da meta prometida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de um superávit de 0,5% do PIB para 2025 também gera preocupação sobre a possível mudança na meta de zerar o déficit este ano. Segundo os economistas consultados no Boletim Focus do Banco Central, o governo deve terminar o ano com 0,7% do PIB em despesas acima das receitas, o que resultará em um aumento do endividamento do país para cobrir os gastos.
As taxas de juros futuros estão subindo significativamente nesta manhã, com alguns vencimentos avançando até 18 pontos base. A projeção dos investidores na curva futura de juros sugere que o Banco Central terá espaço para apenas mais dois cortes na taxa Selic até o final do ano: um de 0,50 ponto percentual em maio e outro de 0,25 ponto percentual em junho.
O dólar sobe mais de 1%, atingindo R$ 5,18, o nível mais alto desde o início de outubro do ano passado, com a moeda brasileira registrando a pior performance contra o dólar americano em uma cesta de 23 emergentes.