Desde o início do governo Lula, a primeira-dama Janja costuma acompanhar o presidente em importantes cerimônias oficiais, tanto dentro quanto fora do país. No entanto, há uma exceção: nos eventos militares, Janja sempre foi notavelmente ausente, o que evidencia sua distância em relação aos fardados.
Essa ausência não é um fato isolado. Em 8 de janeiro, a primeira-dama é creditada com a decisão do governo de não decretar uma Garantia de Lei e da Ordem (GLO), que teria mobilizado os militares para conter os vândalos que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. Na ocasião, ela destacou sua desconfiança em relação às Forças Armadas, afirmando que isso seria “entregar [o governo] para os militares”.
Primeira-dama Janja participa de evento da Marinha (Marinha do Brasil/Divulgação)
Além disso, Janja recusou que sua segurança pessoal fosse realizada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), composto principalmente por militares, optando pela proteção da Polícia Federal. Até mesmo os voos em aeronaves oficiais, pilotados por homens da Aeronáutica, geraram suspeitas em relação à primeira-dama.
A ausência de Janja nas cerimônias foi interpretada dentro do governo e nas Forças Armadas como um sinal de que a esperada reconciliação entre o Executivo e a tropa ainda não estava consolidada. No entanto, nos últimos tempos, Janja tem enviado sinais de mudança de postura.
No final de março, ela compareceu, ao lado de Lula, a um jantar na casa do comandante da Marinha, almirante Marcos Olsen. O encontro tinha como objetivo homenagear a primeira-dama. Poucos dias depois, ela participou pela primeira vez de uma solenidade militar, atuando como “madrinha” no lançamento do submarino Tonelero. Com um sorriso, ela seguiu todo o protocolo, quebrando uma garrafa de champanhe no casco do veículo e rogando ao microfone: “Que Deus abençoe esse submarino e todos os marinheiros que aqui navegarem”.
Por outro lado, Janja faltou à cerimônia do Dia do Exército no último dia 19. No entanto, em um novo gesto, ela fez questão de enviar um recado aos militares, justificando sua ausência devido ao recente falecimento de seu pai.