O Banco Central da Argentina demonstrou otimismo em relação à perspectiva de uma redução mais rápida da taxa de inflação mensal do país, em comparação com as expectativas do mercado. No entanto, a instituição reconhece que ainda enfrenta desafios para restabelecer os níveis de moeda estrangeira.
Durante uma apresentação conduzida pelo vice-presidente Vladimir Werning em Washington, nos Estados Unidos, o Banco Central abordou a situação econômica do país. A Argentina está enfrentando uma das piores crises em décadas, com uma inflação anual próxima a 300%, reservas de moeda estrangeira esgotadas e níveis crescentes de pobreza.
Para lidar com essa situação, o presidente Javier Milei implementou um programa rigoroso de austeridade, que incluiu cortes significativos de gastos e a reversão do déficit fiscal acumulado ao longo de anos de gastos excessivos pelos governos anteriores.
Na apresentação, Vladimir Werning destacou dados que indicam uma expectativa de queda na inflação mensal para 9% neste mês e 5,8% em maio. Essas previsões estão abaixo das estimativas dos analistas, que apontavam para 10,8% e 9% em abril e maio, respectivamente. A instituição considera essas informações como um sinal de maior confiança nas perspectivas de preços, embora a Argentina ainda tenha a inflação anual mais alta do mundo.
Além disso, o Banco Central argentino ressaltou o aumento das reservas neste ano. No entanto, alertou que, em termos líquidos, essas reservas ainda estão em território negativo, cerca de US$ 4,2 bilhões, quando os títulos do Bopreal e os passivos de Depósito de Treasury são excluídos.
Em 19 de abril, as reservas tinham um saldo líquido positivo de US$ 552 milhões, considerando esses títulos, de acordo com o cálculo do Fundo Monetário Internacional (FMI).