O Ministério da Educação (MEC) concedeu autorização ao Instituto J&F, presidido por Joesley Batista, para estabelecer uma faculdade e oferecer cursos universitários.
A portaria, assinada pelo ministro Camilo Santana, foi publicada no Diário Oficial da União em 11 de abril. De acordo com o documento, o pedido passou por análise e recebeu parecer favorável da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação.
O instituto, com 15 anos de existência e 1.067 alunos, já oferecia cursos de educação básica e ensino médio.
O requerimento para se transformar em uma instituição de ensino superior (IES) foi protocolado pelo instituto no MEC em outubro de 2021, ainda durante o governo de Jair Bolsonaro. Somente agora, sob o governo de Lula, obteve a autorização para operar como tal.
O primeiro curso da Faculdade J&F será na área de gestão comercial, com 150 vagas e duração de dois anos. As aulas serão ministradas à distância.
Segundo o diretor Luizinho Magalhães, após o estabelecimento do primeiro curso, outros oito cursos serão oferecidos: produção industrial, varejo, finanças, processos gerenciais, tecnologia da informação, análise e desenvolvimento de sistemas, marketing e educação corporativa. Esses cursos têm como base a experiência prática nas indústrias.
O nome da J&F tem permanecido em evidência na imprensa devido às tentativas da empresa de evitar multas e sanções que aceitou pagar em 2017 para escapar de processos penais relacionados à corrupção. Uma das multas, no valor de R$ 10,3 bilhões, está suspensa por decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A empresa alega ter sido coagida a assinar o acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF), embora não tenha apresentado provas dessa alegação. O MPF refuta a acusação e argumenta que a empresa contava com um amplo corpo de advogados, o que garantiria a integridade do acordo assinado. Além disso, a J&F busca anular multas decorrentes de acordos firmados com a Controladoria Geral da União.