Segundo informações do jornal O Globo, a embaixada mexicana em Quito, Equador, foi invadida pela polícia local na última sexta-feira à noite. A operação resultou na detenção de Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador, que estava refugiado na embaixada desde dezembro. Este incidente levou ao rompimento das relações diplomáticas entre México e Equador.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, anunciou em uma rede social que instruiu o Ministério das Relações Exteriores a suspender imediatamente as relações diplomáticas com o Equador.
A tensão entre os dois países começou quando López Obrador sugeriu que o assassinato do candidato presidencial equatoriano Fernando Villavicencio, dias antes das eleições primárias de agosto de 2023, influenciou o resultado das eleições de outubro, vencidas por Daniel Noboa.
López Obrador fez referência a Luisa González, do partido Revolução Cidadã, que se tornou a candidata do partido depois que Jorge Glas recusou a candidatura. Noboa, que inicialmente não liderava as pesquisas, acabou vencendo o segundo turno em outubro.
A presença de Glas na embaixada mexicana, que tem duas condenações por suborno e envolvimento no caso Odebrecht, aumentou a tensão entre os dois países. O governo de Noboa solicitou à missão diplomática permissão para a entrada da polícia para prender Glas, pedido que foi negado pela ministra das Relações Exteriores do México, Alicia Bárcena.
Após o Equador expulsar o embaixador mexicano devido às polêmicas declarações de López Obrador sobre as últimas eleições presidenciais equatorianas, o México concedeu asilo político a Glas.
A polícia equatoriana chegou à embaixada mexicana em veículos pretos, arrombou as portas externas do prédio localizado no norte da capital equatoriana e entrou nos pátios para prender Glas.
O governo equatoriano defendeu suas ações em um comunicado no qual confirmou a prisão de Glas e sua entrega às autoridades judiciais.
Em resposta, a ministra das Relações Exteriores do México, Alicia Bárcena, anunciou o rompimento imediato dos laços diplomáticos, citando “a flagrante violação da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e os ferimentos sofridos pelo pessoal diplomático mexicano no Equador”.
Pouco antes da entrada da polícia equatoriana na embaixada, Bárcena havia pedido ao Equador, em uma rede social, que concedesse passagem segura a Glas para deixar o país. “O direito de asilo é sagrado e estamos agindo em plena coerência com as convenções internacionais, concedendo asilo a Jorge Glas. Confio que o governo do Equador permitirá a passagem segura o mais rápido possível”, escreveu.