Segundo informações da CNN Brasil, o supercomputador Santos Dumont, localizado em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, está prestes a se tornar ainda mais poderoso. Até novembro deste ano, a capacidade de processamento do supercomputador será ampliada, graças a um contrato de US$ 19,4 milhões (aproximadamente R$ 98,2 milhões) firmado entre o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e a Eviden, uma empresa do Grupo Atos especializada em computação avançada.
Com a atualização, a capacidade do Santos Dumont aumentará de 5,1 Petaflop/s para impressionantes 17 Petaflop/s, tornando-o o supercomputador mais potente da América Latina para pesquisas acadêmicas. A expansão, baseada na arquitetura BullSequana XH3000 da Eviden, é uma necessidade periódica para acompanhar as demandas tecnológicas em constante crescimento. Equipamentos desse porte geralmente se tornam obsoletos em um período de 3 a 6 anos.
Após a conclusão da instalação, a nova configuração estará disponível para a comunidade acadêmica a partir de janeiro de 2025. Para se ter uma ideia, a atualização permitirá que o supercomputador tenha uma capacidade equivalente à de dezenas de milhares de computadores domésticos modernos.
A expansão, financiada pela Petrobras, possibilitará que os pesquisadores continuem realizando pesquisas de ponta, bem como simulações mais complexas e análises de dados em larga escala. “O aumento da capacidade permite atender um número muito maior de projetos sendo executados simultaneamente. Além disso, aumenta a capacidade de executar simulações de sistemas naturais e artificiais ou socioeconômicos de maior complexidade. E, ainda, a análise de dados de maior volume e também treinamento de sistemas de inteligência artificial mais sofisticados”, explicou Antonio Tadeu Gomes, tecnologista e coordenador do Comitê Gestor do Supercomputador Santos Dumont.
O supercomputador Santos Dumont está disponível para toda a comunidade científica nacional. Qualquer pesquisador que necessite desse tipo de equipamento para a execução de um projeto pode entrar em contato com o LNCC e apresentar a demanda. O equipamento já contribuiu para uma série de estudos para o tratamento da Covid-19, incluindo pesquisas para criar estratégias de uso de fármacos já existentes para o tratamento da doença, pesquisa de bases moleculares das comorbidades associadas ao desenvolvimento da Covid-19 grave e um estudo em andamento de análise genômica para identificação de mutações somáticas e germinativas associadas ao câncer.
“O projeto é avaliado por especialistas na área de computação”, disse Tadeu. “Temos pesquisadores também das áreas de química, física, engenharia, ciências da computação, meteorologia, matemática, entre outras, que nos apoiam na avaliação e na necessidade de processamento que será oferecido para cada um dos projetos aprovados. A apresentação de propostas pode ser feita em qualquer período do ano, entre fevereiro e novembro. Temos chamadas anuais de projetos”, finalizou Antonio Tadeu.