O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet Branco, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que aprofundasse as investigações sobre a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid, supostamente realizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.
Após o indiciamento pela Polícia Federal, que acusou Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e outras 15 pessoas de crimes como associação criminosa e inserção de dados falsos em sistemas de informação, Gonet pediu novas diligências. Essa solicitação deve passar pelo relator do caso no STF, o ministro Alexandre de Moraes.
No despacho, Gonet enfatizou a necessidade de coletar mais elementos relacionados à adulteração dos cartões de vacinação. Os investigadores suspeitam que o esquema de fraude tenha sido usado para fornecer documentos falsos aos integrantes do grupo, permitindo que cumprissem requisitos legais para entrada e permanência no exterior. Isso ocorreu após uma tentativa inicial de golpe de Estado, seguida por outra em janeiro de 2023.
“Pode ter sido utilizado pelo grupo para permitir que seus integrantes, após a tentativa inicial de golpe de Estado, pudessem ter à disposição os documentos necessários para cumprir eventuais requisitos legais para entrada e permanência no exterior (cartão de vacina), aguardando a conclusão dos atos relacionados a nova tentativa de golpe de Estado que eclodiu no dia 8 de janeiro de 2023”, afirmam investigadores.
Os investigadores também aguardam dados do governo dos Estados Unidos para verificar se o grupo se beneficiou dos registros forjados para entrar no país durante a pandemia, quando a vacinação era obrigatória.
Em resumo, a Polícia Federal já indiciou Jair Bolsonaro, Mauro Cid e outros por falsificação de certificados de vacinação. Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, afirmou que Bolsonaro ordenou a falsificação dos certificados dele e de sua filha. A suspeita é que essa fraude esteja relacionada a uma suposta tentativa de golpe de Estado.
