Arthur Menescal/Especial Metrópoles
O ex-presidente Jair Bolsonaro reagiu fortemente, nas últimas horas, à decisão do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, de prosseguir com a ação que pode cassar o mandato de Sergio Moro (União-PR) no Senado.
Em uma conversa com aliados na sede do PL, em Brasília, na terça-feira, 16 de abril de 2024, Bolsonaro fez críticas contundentes a Valdemar e considerou que a justificativa dada pelo líder do partido para continuar com a ação não é válida.
Ao jornal O Globo, o presidente do PL alegou que precisava prosseguir com a ação contra o ex-juiz da Lava Jato porque, caso desistisse, teria que pagar uma multa de mais de R$ 1 milhão aos advogados contratados pelo partido para atuar no caso.
Na semana anterior, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná absolveu Moro em uma ação movida pelo PL e pelo PT, na qual pediam a cassação do mandato do ex-juiz no Senado por suposto abuso de poder econômico nas eleições de 2022.
Assim como o PT, o PL, por decisão de Valdemar, anunciou que irá recorrer ao TSE. No entanto, Bolsonaro chegou a pedir ao presidente de seu partido que desistisse da ação, ou seja, que não recorresse. Valdemar, porém, ignorou o apelo.
De acordo com auxiliares de Bolsonaro, o presidente nacional do PL tem se aproveitado da proibição de manter contato direto com o ex-presidente da República para ignorar os apelos para não recorrer ao TSE no caso do ex-juiz.
Conforme noticiado, o entorno de Bolsonaro acredita que Valdemar insiste com a ação porque estaria sofrendo suposta pressão de ministros do STF que veem Moro como um desafeto político desde a época da Lava Jato, algo que o cacique nega.