Com a chegada do período de declaração do Imposto de Renda, o número de fraudes aumenta, especialmente em um contexto onde as ameaças cibernéticas têm se intensificado.
Poucos dias após o início, a Receita Federal alertou sobre a circulação de aplicativos falsos, muitos dos quais se assemelham ao oficial do órgão e são capazes de coletar dados, nas lojas de aplicativos.
Rodrigo Rocha, da Compugraf, esclarece que esses aplicativos fraudulentos coletam várias informações dos contribuintes, como nome completo, CPF, endereço, fontes de renda, investimentos, patrimônio, entre outros.
“Todas as informações da vida do usuário ficam à disposição de um aplicativo malicioso”.
Dessa forma, os criminosos utilizam essas informações, tornando mais difícil provar que não foi o próprio indivíduo quem realizou uma transação ou autorizou uma compra, por exemplo. Embora seja mais comum nessa época do ano, esse tipo de atividade ocorre durante todo o ano.
Sérgio Eler Costa, diretor de tecnologia da Nexa Tecnologia, destaca que o “phishing” — técnica em que os criminosos se passam por entidades confiáveis — é uma das mais perigosas, principalmente devido ao acesso a informações sensíveis que “podem ser utilizadas para fraudes financeiras e roubo de identidade”.
Costa explica que os dados mais vulneráveis são números de cartões de crédito, senhas, dados bancários, informações de identificação pessoal (como CPF e RG), além de detalhes de contas de e-mail e redes sociais.
Como se proteger dos golpes
Para se prevenir em casos como os de aplicativos falsos, que passam muitas vezes despercebidos, Rocha cita que a principal medida é fazer o download direto do link oficial do site da Receita Federal.
Outros cuidados que podem ser tomados antes de baixar o aplicativo são:
- Atente-se ao desenvolvedor do aplicativo
- Atente-se ao número de downloads realizados
- Veja quantas avaliações tem
Costa aconselha a manter o sistema operacional e os aplicativos em dia. “As atualizações frequentemente incluem correções de segurança que podem mitigar vulnerabilidades exploradas por criminosos cibernéticos”.
No entanto, os cibercriminosos utilizam outras estratégias no mundo digital, como o envio de e-mails enganosos com links prejudiciais ou que incentivam os usuários a instalar aplicativos falsos.
“Têm acontecido casos em que enviam um e-mail informando sobre uma restituição disponível ou solicitando mais algum dado, sugerindo que a pessoa caiu na malha fina”, comenta o especialista.
Existem também golpes que envolvem falsas promoções ou prêmios que prometem benefícios financeiros, mas que, na realidade, roubam as informações necessárias para os criminosos.
Se alguém se deparar com uma dessas situações, a orientação é não clicar em nenhum link recebido e realizar todos os procedimentos no site ou aplicativo oficial da Receita.