O Ministério Público de São Paulo deflagrou nesta terça-feira (9), uma operação para cumprir quatro mandados de prisão preventiva e 52 de busca e apreensão contra dirigentes de empresas de ônibus suspeitas de lavarem dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Batizada de Fim da Linha, a operação é fruto de uma investigação de quatro anos conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com a Receita Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Além dos mandados, a Justiça também decretou o bloqueio de 684 milhões de reais em bens dos investigados em razão dos danos coletivos provocados pela atuação das empresas Transwolff e Upbus.
Até as 6h50, dois dos alvos tinham sido presos: Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como Pandora, dono da Transwolff, e Robson Flares Lopes Pontes, dirigente da Transwolff.
Segundo o MP-SP, a operação mobilizou 64 membros do Ministério Público, 43 integrantes da Receita Federal e um efetivo de 340 policiais militares do Comando de Policiamento de Choque, além de utilizar 106 viaturas e agentes do setor de inteligência da PM.
As empresas Transwolff e Upbus são acusadas de integrar um cartel montado pelo PCC para se apossar do chamado Grupo Local de Distribuição do sistema municipal de transportes.
Em 2019, foram licitados 13 lotes daquele grupo de linhas de ônibus, avaliados em 22,2 bilhões de reais. A maioria foi concedida a uma única empresa.
De acordo com os investigadores, a UPBus, controlada por integrantes da cúpula da facção criminosa, ficou com o lote 4, na zona leste de São Paulo.
Já a Transwolff, que é a terceira maior empresa do setor na capital paulista, ficou com os lotes 10 e 11.
O MP-SP apura a utilização das empresas de ônibus para a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e de grandes roubos.
Analisando as movimentações financeiras dos investigados, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) também apontou para a realização de sonegação fiscal feita sem compras e vendas de imóveis.