foto: Gabriel Monteiro
As ações da Casas Bahia tiveram uma significativa valorização nesta segunda-feira, mesmo após a retomada das negociações dos papéis.
No início do dia, as ações alcançaram R$ 6,36, representando uma valorização de 16,91%, mas foram rapidamente colocadas em leilão. Após o leilão, as ações voltaram a ser negociadas e atingiram um pico de 20,77% de alta, cotadas a R$ 6,57. Mais tarde, por volta das 13h, as ações estavam sendo negociadas a R$ 6,42, com um avanço de 18,01%.
O leilão é uma medida adotada pela Bolsa em situações de forte oscilação no preço de uma ação ou quando há a divulgação de um fato relevante sobre a empresa durante o pregão. No caso específico da Casas Bahia, as negociações foram pausadas por nove minutos mais cedo.
O presidente da Casas Bahia, Renato Franklin, comunicou ao mercado que o acordo firmado melhorará o fluxo de caixa da empresa em R$ 4,3 bilhões nos próximos quatro anos, com R$ 1,5 bilhão previsto para este ano.
De acordo com o comunicado, o prazo para pagamento da dívida foi estendido de 22 para 72 meses. Além disso, houve uma redução de 1,5 ponto percentual no custo médio da dívida, resultando em uma economia de R$ 60 milhões por ano.
Os credores terão a opção de converter parte de seus créditos em ações, conforme mencionado pelo presidente no comunicado. Dois bancos, que detêm 54,5% da dívida da empresa, concordaram com a renegociação.
Carlos Daltozo, chefe de análise da Eleven Financial, ressaltou que o acordo foi uma surpresa para o mercado e foi recebido positivamente pelos investidores, sendo uma alternativa menos onerosa do que um processo de recuperação judicial.
Daltozo destacou que o acordo oferece um prazo maior para o pagamento da dívida, aliviando o caixa da empresa nos próximos meses e reduzindo os custos.
A XP Investimentos também considerou o anúncio um passo importante para a reestruturação da Casas Bahia, mas alertou para uma possível diluição de até 83% nas ações. Os analistas da XP observaram que o plano permite que a empresa ajuste suas operações e estrutura de capital sem afetar as obrigações existentes com fornecedores e funcionários.