Foto: Dida Sampaio/Estadão
O ex-ministro Abraham Weintraub diz que é pré-candidato a prefeito de São Paulo em outubro e que vai se lançar como uma alternativa ao eleitorado mesmo se o seu atual partido, o PMB (Partido da Mulher Brasileira), vetar sua entrada na disputa.
Ao Painel, ele afirma que vai protocolar uma ação judicial para tentar concorrer mesmo sem respaldo de partido político –algo que não é permitido hoje no país. A filiação a uma agremiação partidária, de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), é um dos requisitos previstos na Constituição Federal para que o candidato seja eleito.
Weintraub, que foi ministro da Educação do governo Bolsonaro por 14 meses, se apega ao Pacto de São José da Costa Rica e ao artigo 23 da Convenção Americana de Direitos Humanos. “O artigo assegura direito a candidatura independente e o Brasil é signatário”, diz ele.
O ex-ministro diz que os advogados ligados à organização sem fins lucrativos Farol da Liberdade —que Weintraub encabeça e classifica como movimento de defesa das liberdades individuais— já estão trabalhando na peça jurídica.
“A ação judicial está praticamente pronta para entrarmos assim que eu receber a negativa do partido”, afirma ele. “Se eles não me derem autorização [para concorrer], vamos protocolar em todos os organismos internacionais, em todo canto, OEA, ONU, para mostrar que o Brasil não é uma democracia”, continua ele.
Em suas redes sociais, ele já tem divulgado o número que supostamente utilizaria nas urnas como candidato independente, o 37. Também fez recentemente uma live para apresentar seu plano de governo, que inclui redução de secretarias, e garante que já tem um vice-prefeito para a chapa, embora não revele o nome.
Questionado sobre a resistência do PMB ao seu nome, ele afirma que se trata de um partido pequeno, que sofre pressão de legendas com fundos partidário e eleitoral mais robustos.
“O prefeito de São Paulo [Ricardo Nunes, pré-candidato do MDB] está cooptando todos os partidos que não são de esquerda. Mas eu não vou aceitar passivamente caso Nunes convença o PMB a não me dar a vaga. Sou filiado e tenho direito”, diz ele.
Nas eleições de 2022, já filiado ao PMB, Weintraub foi candidato a deputado federal por São Paulo. Ele obteve pouco mais de 4.000 votos e não foi eleito.
Folha de SP