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Além de candidata à miss Universo, Isel Suñiga é prefeita da cidade onde nasceu, na Guatemala
O Balanço Geral acompanha o caso de uma mulher que saiu das passarelas para entrar na vida do crime. Nascida na Guatemala, Isel Suñiga, de 29 anos, já foi miss do seu país e chegou a participar da competição universal para modelos. Além disso, a jovem é prefeita e, apesar das várias opções de carreira, resolveu seguir os passos do pai, que tinha relação com um poderoso cartel de drogas internacional; saiba mais .
Produções exuberantes, holofotes e títulos profissionais escondiam um lado obscuro da musa dos desfiles. Investigada pelo governo norte-americano, Isel é acusada de comandar a organização mexicana de tráfico de drogas Sinaloa, a mais poderosa do país. Isso porque o escoamento da mercadoria ilegal tinha como destino os Estados Unidos.
Em 2017, a modelo conquistou o título de miss Guatemala e, logo em seguida, disputou o concurso de miss universo. Apesar de ter perdido, ficou localmente famosa e acabou se tornando prefeita da sua cidade natal. O seu pai, Erik Salvador Suñiga, também ocupou cargos públicos, mas essa não é a maior semelhança entre os dois. O homem era conhecido como “El Pocho”, e foi identificado como chefe de uma organização criminosa.
O esquema era responsável pelo transporte de drogas como a cocaína da Guatemala até os Estados Unidos, passando pelo México. Segundo as autoridades americanas, as investigações apontaram que essa organização tinha uma ligação muito próxima com o cartel do estado de Sinaloa, o mais poderoso do país conhecido pelo narcotráfico.
Carlos Ayala, professor da Universidade de Sinaloa, explicou um pouco sobre a logística dos criminosos. Ele contou que, de um tempo para cá, ficou caro para os cartéis buscarem cocaína na América do Sul e levar até o México para revender. Além disso, no local, sempre houve produção de ópio, mas não era valorizado. Com a importação de suprimentos, porém, o custo ficou mais barato. “A droga sintética passou a valer mais“, afirmou.
Alguns anos atrás, El Pocho se entregou à polícia local e, devido à cooperação internacional entre as autoridades de cada país, o homem foi entregue aos Estados Unidos. Lá, foi condenado à prisão, onde morreu de câncer logo depois. E, de acordo com o relatório do Departamento do Tesouro Americano, o poder não ficou vazio por muito tempo. Foi ocupado por Isel, a suposta nova chefe.
O Departamento afirma, ainda, que as ligações da agora ex-miss na política, facilitaram os negócios ilegais. O professor universitário contou, ainda, que carteis como esse ajudam os moradores das pequenas cidades com dinheiro, tratamento médico e oportunidades de trabalho. Porém, Carlos reconheceu o maior problema; “Eles decidem quem vai viver e quem vai morrer“.
Além da mulher, o seu marido, Juan Morales, de 33 anos, também não escapou da mira das autoridades. Tratado como influente no esquema criminoso, o homem é acusado de distribuir a cocaína e coordenar o transporte do cartel de Sinaloa. Além de tudo, as investigações apontam que Juan também é responsável por executar rivais. O suspeito já foi preso, mas ainda aguarda decisões do governo estadunidense.