De acordo com informações do jornal O Tempo, vamos mergulhar na rotina do Supremo Tribunal Federal (STF). Quando o relógio do plenário se aproxima das 16h, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, interroga o ministro prestes a emitir um parecer: “O voto de Vossa Excelência é breve ou vai se prolongar?”. Essa pergunta sinaliza o início do intervalo, pausando a votação de um processo por pelo menos uma hora.
Durante esse intervalo, os ministros do STF aproveitam para fazer uma refeição, discutir um caso e, principalmente, realizar audiências. Com horários previamente marcados, eles recebem advogados, representantes de entidades de classe e autoridades que desejam defender suas perspectivas sobre um tema específico sob análise dos juízes.
As audiências das 16h ocorrem no Salão Branco, localizado atrás do plenário no Palácio do STF, na Praça dos Três Poderes. Dentro do salão, poltronas dispostas em nichos formam um cenário de rodízio de pequenas reuniões separadas apenas pela disposição das poltronas, com a maioria dos ministros presentes. Do lado de fora, aqueles com horário marcado aguardam ser chamados para substituir quem está saindo, enquanto o juiz permanece em seu espaço.
Alguns preferem não despachar ali. Desde que assumiu a liderança da Corte, Luís Roberto Barroso sobe para o 3º andar do palácio e recebe os convidados na sala de audiências do gabinete da presidência. Sua antecessora, Rosa Weber, tinha um estilo diferente e atendia as demandas de reuniões no próprio Salão Branco, junto aos colegas. Havia ocasiões em que o Salão Branco ficava lotado, como o dia em que ela recebeu um grupo de indígenas para discutir o marco temporal.
O decano Gilmar Mendes também prefere a privacidade. Durante os intervalos, ele deixa o prédio e vai de carro até o anexo II, a poucos metros de distância, onde sobe para o seu gabinete. Após suas audiências, ele retorna para a retomada da sessão.
Existem situações em que uma pessoa agenda horários com vários ministros no mesmo intervalo e vai de nicho em nicho de poltronas para ser ouvida pelos juízes. As solicitações são feitas por e-mail, conforme indicado no site do STF.