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O Ozempic, remédio da farmacêutica Novo Nordisk, foi criado para tratar diabetes tipo 2. Porém, o medicamento ficou famoso pelo uso off-label: auxiliar na rápida redução de peso.
Entre alguns efeitos colaterais, os usuários relataram, nas redes sociais, o “rosto de Ozempic”, que é quando a pessoa fica com um rosto diferente com flacidez, aparentando ser mais velho e até, em alguns casos, com uma cabeça desproporcional em comparação ao restante do corpo.
No TikTok, o termo voltou a ficar popular, e muitos vídeos viralizaram, com mais de 200 mil visualizações, fazendo supostas comparações do antes e depois de personalidades como a empresária e influenciadora americana Kylie Jenner e as cantoras Ariana Grande e Adele.
Afinal, por que o “rosto de Ozempic” acontece?
O “rosto de Ozempic” não é derivado do uso do medicamento, mas sim da rápida perda de gordura facial e corporal que o remédio provoca, assim como qualquer outro usado para esse fim, conforme explica Cândida Lucena, médica do hospital universitário Lauro Wanderley (HULW), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
“A semaglutida (princípio ativo do Ozempic) traz uma rápida redução do peso corporal, diminuindo, assim, os compartimentos de gordura da face. Quando reduzimos o recheio, que é o compartimento de gordura do rosto, fica um aspecto de rosto mais caído e flácido, ou seja, a pele fica sobressalente e excedente”, explica.
Segundo a médica, as principais queixas estão relacionadas a modificações no rosto como perda da sustentação, redução do volume do face, sensação de “rosto mais caído” e aumento da flacidez.
Como evitar o “rosto de Ozempic”
Para evitar o “rosto de Ozempic”, Cândida indica que o medicamento só seja utilizado em casos de obesidade e quando necessário, pois “quanto maior for a perda de peso, maior será o efeito de envelhecimento”.
Além disso, para auxiliar na produção do colágeno, durante o tratamento o paciente deve ter uma dieta rica em minerais, silício orgânico e ingerir água. Caso o rosto já esteja flácido, o mercado oferece algumas opções.
“Geralmente eu recomendo que os pacientes, ao longo do processo de emagrecimento, façam tratamentos para melhorar a flacidez da pele, que podem ser estimulação de colágeno, sustentação da face com bioestimuladores de colágeno ou com preenchimento com ácido hialurônico”, destaca.
Como o Ozempic age no organismo?
A semaglutida auxilia no controle dos níveis de insulina. Entretanto, ela também consegue replicar os efeitos do hormônio GLP-1, produzido pelo intestino após a alimentação, diminuindo o apetite e aumentando sensação de saciedade, induzindo a perda de peso.
O medicamento é administrado semanalmente e está disponível em três doses: 0,25 mg/mL, 0,50 mg/mL e 1 mg/mL. No Brasil, uma caixa de Ozempic custa em torno de R$ 1.000 nas principais redes de varejo, mas o preço pode chegar a até R$ 1.280,87, conforme estabelecido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Cada caixa dura aproximadamente um mês.
Efeitos colaterais do Ozempic
Ozempic, como toda medicação, pode apresentar alguns efeitos colaterais como enjoo, diarreia, vômito e baixa glicemia (hipoglicemia), de acordo com a bula. Além disso, 1 em cada 10 pessoas podem sentir:
- Indigestão;
- Inflamação do estômago (gastrite);
- Refluxo ou azia;
- Dor e inchaço no abdômen;
- Constipação;
- Gases;
- Cálculo biliar;
- Sensação de tontura e cansaço;
- Perda de peso e apetite;
- Aumento da lipase e amilase (enzimas pancreáticas).
Além disso, 1 em cada 100 pessoas podem sentir:
- Alteração no gosto de alimentos ou bebidas;
- Pulso rápido;
- Reações no local da injeção como hematoma, dor, irritação, coceira e erupção cutânea.