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O Palácio do Planalto investiu R$ 6,8 milhões em pesquisas de opinião pública em 2023, realizadas pelo Instituto de Pesquisa de Reputação e Imagem (Ipri), pertencente ao grupo FSB Comunicação. Esses estudos, encomendados pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), apresentaram resultados mais favoráveis ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em comparação com levantamentos de outras empresas de pesquisa do país. A denúncia foi reportada nesta sexta-feira, 8, pelo site de notícias Poder 360.
Conforme a reportagem, as últimas pesquisas da Ipri indicam que 62% dos brasileiros avaliaram positivamente o trabalho do governo petista, enquanto 29% desaprovaram o desempenho de Lula e 9% não souberam responder. O levantamento da Ipri foi realizado de 6 a 30 de janeiro de 2024, entrevistando 21.515 moradores, a partir de 16 anos, de 27 unidades da Federação, com uma margem de erro de 1,3 ponto percentual para mais ou para menos e um intervalo de confiança de 95%.
Esses resultados divergem dos apresentados por outros institutos de pesquisa. A AtlasIntel, por exemplo, apontou uma queda de 4 pontos percentuais na aprovação do petista, indicando que 47% dos brasileiros o aprovam. Já a Genial/Quaest divulgou que a aprovação oscilou 3 pontos percentuais para baixo em três meses, enquanto a desaprovação variou três pontos percentuais para cima no mesmo período.
A FSB, subsidiária da qual faz parte o Ipri, é uma grande fornecedora de serviços para o governo Lula, conforme dados do Portal da Transparência. Além dos valores destinados às pesquisas, a empresa também obteve receita por meio de operação de consultoria, relações-públicas e assessoria, totalizando outros R$ 22,6 milhões em 2023 e 2024. O contrato da Secom com a FSB, no valor de R$ 75 milhões, está em vigor desde 1º de abril de 2022, com validade até 1º de abril de 2024. Apesar de ser realizado por meio de licitação, esses gastos são discricionários, permitindo ao governo efetuá-los conforme sua conveniência e oportunidade.
Segundo o Portal da Transparência e a apuração do Poder 360, não houve pagamentos da Secom para o Ipri em 2022, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), embora o contrato estivesse em vigor com a subsidiária da FSB desde 31 de março daquele ano. Entretanto, é possível que alguns valores tenham sido aprovados em 2022 e quitados no ano seguinte. O Ipri também mantém contratos com o Fundo Nacional da Saúde e o Ministério das Comunicações, totalizando R$ 10,2 milhões recebidos do governo federal de 2022 a 2023.