Foto: Reprodução/Globo
Na primeira quinzena de março, a Globo inaugurou o novo cenário de seus telejornais produzidos em São Paulo, incluindo o Hora 1, Hoje e Jornal da Globo. Anunciado como uma inovação, o investimento milionário da emissora resultou em um telão curvo de LED transparente, medindo 15 metros de largura por 2,70 metros de altura, equipado com inteligência artificial.
Embora o canal mereça elogios pelo investimento, no vídeo, o impacto visual não é uma novidade, e frequentemente o excesso de efeitos visuais compromete a compreensão da notícia.Muitas vezes, o telespectador se distrai com o que é exibido em movimento atrás dos apresentadores, como Roberto Kovalick, César Tralli e Renata Lo Prete, perdendo informações importantes. Há um exagero na utilização de efeitos especiais, que devem servir como suporte à notícia, sem competir com ela em termos de atenção.Desde a introdução da nova tecnologia, os telejornais optaram por enquadramentos mais abertos, sugerindo uma valorização excessiva do cenário em detrimento do conteúdo.
Mesmo em participações de comentaristas, a direção de imagens muitas vezes opta pelo plano geral, dando a sensação de uma criança com um brinquedo novo. Além disso, a tecnologia não possui a resolução adequada para imagens em close-up, apresentando granulação nas artes ao fundo.O novo telão também evidenciou o espaço reduzido destinado aos telejornais da Globo em São Paulo. Em comparação, o Jornal Nacional possui um cenário híbrido que combina perfeitamente a realidade com o virtual, o que não ocorre com o novo telão.
É importante reconhecer o investimento e a iniciativa da Globo, porém, trata-se de uma tecnologia avançada que requer calibração adequada em sua aplicação, algo que ainda não foi alcançado. O que realmente importa é a habilidade do jornalista diante das câmeras e a qualidade da informação veiculada. O telão não confere credibilidade, sendo apenas um adorno. A credibilidade continuará sendo o fator mais relevante na escolha do telespectador por uma fonte de informação.
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