A região conhecida como Costa dos Esqueletos, nome que sugere mistério e perigo, serve como túmulo final para navios como o Eduard Bohlen, encalhado em 1909, e o Dunedin Star, em 1942. Esses naufrágios representam a luta humana contra as forças naturais em uma paisagem onde as dunas do deserto da Namíbia gradualmente engolem o que antes era mar. Este local, com uma história rica de extração de diamantes, foi palco do surgimento e declínio de Lüderitz, uma antiga colônia alemã, e testemunhou o abandono de cidades inteiras à medida que os recursos se esgotavam.
A costa, onde o deserto mais antigo do mundo encontra as águas geladas do Atlântico, abriga um ecossistema único. As correntes frias da Benguela trazem nutrientes do fundo do mar, sustentando uma biodiversidade rica e atraindo pescadores e baleeiros desde o século XIX. No entanto, essas condições adversas também resultaram em um dos trechos de navegação mais perigosos do mundo, famoso por seus inúmeros naufrágios.
O legado de Lüderitz reflete a era do imperialismo alemão, quando Adolf Lüderitz iniciou a exploração de terras em busca de diamantes, levando à formação de uma colônia. Essa busca desenfreada por riqueza natural moldou não apenas o destino econômico da região, mas também teve um profundo impacto nas comunidades locais e no ambiente, levando ao abandono de cidades e transformação de paisagens.
Avanços tecnológicos, como os modernos sistemas de navegação, como o radar ARPA, reduziram os acidentes marítimos. No entanto, a Costa dos Esqueletos ainda cobra seu tributo, como demonstrado pelo navio pesqueiro japonês que encalhou em 2018 devido a erros de navegação. Esses incidentes destacam a contínua batalha entre a humanidade e os elementos naturais.
E onde fica o maior cemitério de navios do mundo?
Foto: reprodução.
No coração de Alang, na Índia, está situado o maior cemitério de navios do mundo. Este local é famoso por seu amplo processo de desmontagem naval, onde cerca de 700 embarcações são desfeitas anualmente.
Os navios, após 25 a 30 anos de uso, envelhecem e se tornam obsoletos devido a problemas como corrosão e fadiga do material. Assim, são aposentados e enviados para locais como Alang para serem desmantelados. Este procedimento não só recupera materiais valiosos, especialmente o aço, mas também suscita preocupações sobre as duras condições de trabalho e os impactos ambientais adversos.
Mas o que acontece com os navios antigos?
Enquanto o processo de reciclagem de navios em Alang desempenha um papel vital na economia local e na reutilização de recursos, as condições de trabalho dos trabalhadores e a gestão ambiental do desmonte têm sido alvo de críticas internacionais. A falta de medidas de segurança adequadas e a negligência no tratamento de substâncias tóxicas presentes nos navios antigos representam sérios riscos para a saúde e o meio ambiente.
O interesse e a curiosidade em torno dos navios encalhados na Costa dos Esqueletos contrastam com a realidade do desmonte de navios em Alang, expondo os desafios éticos e ambientais enfrentados pela indústria naval global. Enquanto a Costa dos Esqueletos evoca histórias de um passado marcado pela aventura e exploração, Alang destaca as complexidades e as consequências do ciclo de vida da moderna indústria naval.
Com informações de CPG